Rejeitada por 11 x 3 na Câmara de Timóteo, a redução da jornarda de trabalho dos médicos
TIMÓTEO – Por 11 x 3 votos, os vereadores rejeitaram, em primeira votação, o Projeto de Lei Complementar 009, autoria do prefeito Douglas Willkys, que determina a alteração na jornada de trabalho dos médicos especialistas de Timóteo, de 20 para 12 horas semanais. A matéria entrou na pauta de votação da reunião ordinária realizada na tarde desta quinta-feira (04/04). Foram contrários à proposta de redução, os vereadores Wladmir Careca, Nelinho, Fabiano, Brinnel, Pastora Sônia, Beto Estofamento, Thiago Torres, Raimundinho, Reygler Max, Vinícius Bim, Gualberto. Votaram favoráveis à proposta de redução, os vereadores Adriano Alvarenga, Dr. José Fernando e Professor Ronaldo.
No longo debate pelo qual passou a matéria no Plenário da Casa Legislativa, os vereadores demonstraram preocupação em aprovar a proposta. “Ficamos numa situação muito complicada: se a gente vota contrário ao projeto e há uma debandada dos médicos, a culpa será nossa. Mas, se votarmos favoravelmente, a população pode ser prejudicada”, pontuou Beto do Estofamento, que votou contra.
Para Brinnel Tozatti, quem sofre é a população. “Quando fizeram o concurso, eles sabiam qual era a carga horária que eles teriam que cumprir. Não acho que seja interessante a redução da jornada de trabalho”, defendeu. O vereador Fabiano Ferreirah se manifestou na mesma linha. “Precisamos aumentar o número de atendimentos. Não consigo entender como, diminuindo o número de horas por semana, os atendimentos vão melhorar”, desabafou.
Outra questão também foi ponderada pelos vereadores. A alteração da jornada de trabalho para 12 horas/semanais foi incluída no plano de cargos, carreiras e salários, enviado pelo Executivo Municipal. A matéria está em tramitação na Câmara. “Nós derrubamos essa matéria aqui, mas ela está atrelada ao plano de cargos e salários”, observou o vereador, que deu voto contrário à matéria.
A mesma ponderação foi feita pelo vereador Adriano Alvarenga, que votou a favor da matéria. “É um projeto muito polêmico. Essa carga horária é a que está definida no plano de cargos e salários, então se eu rejeitar aqui, da mesma forma os médicos especialistas cumprirão 12 horas. Outras reivindicações da categoria não foram atendidas, como o cumprimento do piso. Eu espero que eles realmente cumpram essa jornada”, explicou.
O vereador Professor Ronaldo, também favorável ao projeto, fez coro com Adriano. “A população sofre demais. Do jeito que é hoje, não há cumprimento da jornada e eu estou votando “sim” na esperança que esse problema acabe”, justificou. O presidente Reygler Max indagou do vereador Professor Ronaldo, se fosse reduzida a carga horária do professor de 50 minutos, para 10 minutos, se seria possível aplicar o mesmo conteúdo. “Não vejo nenhuma vantagem para a população reduzir a carga horária dos médicos. Se a população não está sendo atendida com 20 horas, imaginem com 12 horas”, explicou o presidente, que também votou contra a redução.