“Pó preto” da empresa Aperam continua sendo motivo de queixas e protestos da população
TIMÓTEO – Os moradores de Centro Norte de Timóteo (MG) e bairros circunvizinhos estão revoltados com o aumento do “pó preto” lançado no ar proveniente da Companhia Siderúrgica Aperam. Em 2019, uma ampla reportagem do JBN mostrou que, “há anos o problema é motivo de queixas e protestos da população, de ações de lideranças políticas e de promessas de solução da empresa, a maioria não cumpridas”.
Na ocasião a empresa enviou nota ao JBN dizendo ter como valor principal a sustentabilidade de suas operações e, em razão disso, o respeito ao meio ambiente e o cumprimento da legislação são objetivos inegociáveis. A empresa possui licenciamento ambiental válido e certificação na ISO-14001. Mas os moradores, principalmente dos bairros Vila dos Técnicos, Cruzeirinho, Quitandinha, Centro Norte, Bromélias, Alvorada, São Cristóvão e muitos outros, não percebem “o cumprimento da legislação” apontado pela empresa.
Nos bairros indicados pela reportagem, a população está sem um pingo de paciência com a empresa. O “pó preto” lançado no ar pela siderúrgica, “vai virar caso de polícia e do Ministério Público”, promete os moradores.
Um morador da rua 37, no bairro Vila dos Técnicos disse não aguentar mais. A todo instante a coisa piora. Segundo ele, a situação da emissão do “pó preto” aumenta ainda mais a noite e aos finais de semana. “Nosso carro e a nossa casa ficam na miséria. Alguém precisa verificar o que está acontecendo”, disse.
Enquanto a população reclama, a empresa Aperam afirma que a redução e eliminação das emissões de particulas é uma questão extremamente relevante. Segundo ela, é por estes motivos que a mesma “faz investimentos contínuos no desenvolvimento e na implantação de soluções que visam eliminar as emissões de materiais particulados”.
A reportagem do JBN não conseguiu reestabelecer um novo contato com a empresa Aperam. A reportagem do JBN pautou a nota da empresa enviada em 2019.
Uma fonte ligada a Associação dos Moradores do Bairro Vila dos Técnicos, responsável pelo envio das denúncias contra a empresa, garantiu completar-se 11 anos da entrega de um abaixo-assinado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em Timóteo, com 800 assinaturas, pedindo providências contra a empresa Aperam.
O que neste momento a população não entende, é o silêncio do MPMG neste período de 11 anos, que não se pronunciou sobre o caso, “visto que os poluentes estão no ar, nas casas e até nas prateleiras do Centro Comercial. A atuação da Aperam, produtora integrada de aços planos inoxidáveis e elétricos e aços planos ao carbono é o centro desse impasse. É necessário exigir, de fato, a aplicação em suas operações, tecnologias que obtém resultados significativos e consequência direta a redução/eliminação dos resíduos”, opinou uma liderança comunitária.