Governo de Minas digitaliza cadastro para doação de leite humano e marcação de consultas sobre amamentação
REDAÇÃO – O cadastro de doadoras para o Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Odete Valadares (MOV), referência estadual, e para os postos de coleta dos hospitais Júlia Kubitschek (HJK) e Regional João Penido (HRJP), em Belo Horizonte e Juiz de Fora, como também a marcação de consultas para mulheres com dificuldades ao amamentar, já podem ser realizados por meio do Portal MG e do aplicativo MG app.
Os canais digitais buscam ampliar e simplificar o acesso a esses serviços, fundamentais para a saúde dos recém-nascidos que dependem do leite humano captado pelo BLH e pelos postos de coleta, assim como do nível de conhecimento das mulheres para conduzirem a amamentação da melhor forma possível. Quanto mais o bebê mama, mais leite é produzido pela lactante. No ano passado, o BLH da MOV captou 2.383 litros, fornecidos por 1.562 doadoras. Cada litro de leite materno doado alimenta até dez bebês prematuros.
A iniciativa é resultado da parceria entre a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG) e integra as ações do Governo de Minas para garantir a transformação digital dos serviços públicos, facilitar e simplificar a vida dos mineiros. Com poucos cliques, as mães conseguem marcar atendimento ou se voluntariar para doar leite.
Baixa nos estoques
Neste momento, em razão do período de férias, quando muitas doadoras viajam, o BLH da MOV necessita, com urgência, aumentar o volume de leite captado em pelo menos 150 litros, de modo a alcançar a quantidade ideal de 250 litros mensais, para que não haja prejuízos aos bebês atendidos, principalmente no setor de Neonatologia da unidade.
Com as novas formas de acesso ao cadastro, agora, as lactantes têm à sua disposição três opções para se tornarem doadoras: o Portal MG, o MG App e também o telefone. O cadastramento pelos meios digitais tem a vantagem de poder ser feito em qualquer dia e horário.
No caso do cadastro pelo telefone, é necessário ligar de segunda a sexta-feira para os números (31) 3298-6008 ou (31) 3337-5678, nos horários de 8h às 12h e de 13h às 17h. A coleta é feita na casa da doadora, com segurança e conforto.
Como fazer
Para marcar consulta ou se cadastrar como possível doadora de leite no Portal MG, as mães devem entrar utilizando o login da conta GOV.BR. O sistema tem aparência intuitiva para evitar dificuldades na hora de se inscrever.
O processo de marcação de consulta para receber orientações sobre a amamentação é simples: depois de fazer o login, basta escolher o dia e o horário convenientes e a unidade hospitalar mais próxima de sua casa.
Para a doação de leite, a interessada preenche um formulário on-line com dados sobre sua saúde e anexa os exames médicos requeridos pelo Ministério da Saúde para possíveis doadoras – os mesmos do pré-natal. As informações são enviadas para o banco de leite ou para o posto de coleta para avaliação e, após a análise, as mulheres recebem, por e-mail, o resultado informando se estão aptas ou não a doar.
Em seguida, as doadoras receberão uma ligação da equipe do BLH ou do posto de coleta.
Transformação digital
De acordo com a coordenadora do BLH da MOV, Isabella Nogueira, as versões digitais dos serviços têm como principal benefício para a população a oferta de mais canais de acesso. “Com a ampliação do uso de celulares e computadores, o cadastramento de doadoras e a marcação de consulta on-line facilitam o processo”, sublinha.
Responsável pela implantação do sistema proBPMS do cadastro para o banco de leite, Lucas Kayke Sousa Abreu, da Subsecretaria de Transformação Digital e Atendimento ao Cidadão (Subdigital) da Seplag-MG, destaca que a mudança otimiza o processo de doação para as mães e para o Estado. “A Seplag-MG está apoiando os demais órgãos do Governo de Minas na transformação digital de suas atividades. Alguns sistemas, como o proBPMS e o Agenda Minas, agilizam e simplificam o acesso dos cidadãos aos serviços públicos. Para o Estado e para as unidades de saúde também há importantes melhorias, já que a digitalização traz mais governabilidade sobre os dados”, explica.
À medida que a adesão aos canais digitais for ampliada, o conjunto de informações relativo à agenda pode permitir o estabelecimento de estratégias para reduzir ou eliminar o não comparecimento às consultas de orientação sobre a amamentação, entre outras possibilidades.
No caso do cadastramento das doadoras de leite humano, a ferramenta vai apoiar o processo de análise de informações sobre as lactantes e a viabilidade da doação, com base nas respostas ao questionário e no upload dos exames para a avaliação das condições de saúde das mulheres doadoras.
Modernização
Os benefícios também se estendem aos profissionais do BLH e dos postos de coleta, que participaram do desenvolvimento das novas funcionalidades, e ganham com a modernização dos processos internos e seu impacto direto para a redução do tempo de resposta às famílias que buscam os serviços. “A adoção das novas ferramentas digitais traz rapidez para a produção de informações sobre nossas usuárias, facilita a análise dos dados e agiliza a resposta”, completa Isabella Nogueira.
“A expectativa é de que mais mães tenham acesso aos serviços com o processo digital. Queremos facilitar a vida da mulher que está passando pela amamentação e que também deseja ser doadora, tornando o caminho mais prático e motivando mais mulheres a contribuir com o Banco de Leite Humano”, observa a agente de simplificação e assessora do Gabinete da Fhemig, Fernanda Abreu.
A titular da Diretoria Assistencial da Rede Fhemig, a médica Lucinéia Carvalhais, lembra que o acesso que as lactantes terão ao cadastro e à consulta para obter as orientações sobre a amamentação traz um potencial maior de adesão dessas mulheres, além de esclarecer as suas dúvidas de forma precoce. “Esse tipo de acesso torna a mulher uma disseminadora de informações e a aproxima do serviço, como também humaniza o atendimento, torna o serviço público mais acessível e aumenta as chances para que um maior número de bebês receba o leite que faz tanta diferença na fase da prematuridade”, afirma.
Melhor alimento
O leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido, porque traz diversos benefícios tanto do ponto de vista nutricional quanto emocional. Por isso, é fundamental garantir que o consumo desse alimento seja seguro para os prematuros e os nascidos com baixo peso que receberão o leite doado. Daí a importância do questionário com os pré-requisitos preenchido pelas candidatas à doação.
As informações obtidas por meio dele são utilizadas para a avaliação da saúde dessas mulheres e da qualidade do leite, de modo a permitir sua inclusão na lista de doadoras do BLH da Maternidade Odete Valadares, primeiro a implantar um posto de coleta no país.
Um dos principais impactos da adoção do serviço digital é a mudança na forma de envio dos exames, que deixam de ser encaminhados por e-mail e passam a integrar o cadastro on-line das doadoras, com mais segurança para elas e para o BLH.
A principal missão dos bancos de leite e dos postos de coleta é a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno para melhorar os índices de aleitamento no estado e reduzir as doenças que são preveníveis na primeira infância. Ao receber o leite doado, o bebê prematuro aumenta muito a chance de se recuperar e de ter uma vida saudável. Com o leite materno, ele ganha peso mais rapidamente e se protege contra infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados apenas com leite materno nos primeiros seis meses de vida.
Transição
Considerando que, num primeiro momento, nem todas as doadoras e usuárias irão aderir às novas ferramentas, o canal de atendimento por telefone será mantido. “Diante da demanda de simplificação e digitalização de serviços por parte do Governo, as ferramentas visam atender ao público cada vez mais conectado. Para quem não desejarem acessar, ou não tiver acesso aos meios digitais, o BLH e os postos de coleta realizarão o atendimento por meio do telefone, como alternativa para essas pessoas”, explica a coordenadora.
O feedback em relação ao cadastramento digital de doadoras será realizado por meio do próprio sistema e cada usuária receberá um retorno específico sobre o seu caso, realizado pelas equipes do banco de leite e dos postos de coleta. Nesse retorno, serão esclarecidas as razões para a não admissão como doadora naquele momento. Além disso, as candidatas que não forem admitidas, poderão ir ao banco de leite para orientação, caso persista alguma dúvida.
“É fundamental deixar claro às mulheres que se propõem a doar, que não existe leite inadequado para a amamentação e que o leite materno é o melhor alimento para os seus filhos, mesmo quando elas não puderem ser doadoras”, finaliza Isabella Nogueira.
O sistema implementado pela Seplag-MG para a Fhemig é desenvolvido pela Prodemge e financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).