Fabriciano prepara profissionais da educação infantil para inclusão em sala de aula
FABRICIANO – “Os desafios da educação inclusiva na primeira infância” foi tema de mais uma capacitação na última sexta-feira, 24/2, para os educadores da rede municipal de Coronel Fabriciano. O assunto foi abordado pelo professor Rômulo Marinho, especialista nas áreas de Inclusão Educacional e Diversidade, Valores Humanos e Educação e consultor do Sistema de Ensino Aprende Brasil.
Pelo menos 300 profissionais entre professores, diretores e vice-diretores e monitores de apoio à infância (MAIN) e à pessoa com deficiência (MAPD) das escolas municipais participaram do encontro. O objetivo é atualizar as equipes e ampliar as ações e estrutura já existentes para acolher, integrar e, de fato, incluir todos os alunos – em especial, os que possuem algum tipo de deficiência física ou intelectual.
O professor Rômulo Marinho Sobrinho, ressalta que o processo de inclusão é de pessoas no seu todo. “A escola já é um movimento de inclusão do aluno que tem uma necessidade específica e também daquele que não tem. E dois pontos são primordiais para que a inclusão de fato aconteça: o primeiro, é acolhida e segundo, o respeito à dignidade dessa pessoa. E entender a necessidade específica desta pessoa e a capacidade de cada aluno, daí a necessidade da capacitação continuada como tem feito Coronel Fabriciano”, explica o especialista em inclusão educacional.
LEGISLAÇÃO E FAMÍLIA
O professor também destaca a importância do papel da família neste processo. “A inclusão é um desafio. Este trabalho não é uma via única, é um trabalho de muitas mãos. A família precisa ser parceira da escola para garantir uma condição digna de participação e inclusão da criança não só na escola, mas na sociedade”, explica.
Ainda conforme o profissional, o Brasil é um dos países da América Latina com maior número de leis sobre inclusão. No entanto, ele destaca que as “brechas” e interpretações nas leis aumentam os desafios para que a inclusão de fato aconteça.
“Um exemplo, é a legislação atual sobre monitores de apoio a crianças e pessoas com deficiência. Claro que cada caso e necessidade é individual e precisa ser analisado conforme laudo. Mas em linhas gerais a legislação fala sobre a necessidade de acompanhamento e não de professor exclusivo para esta criança. A questão é: será que ao invés de incluir você não acaba segregando?”, indaga.
INCLUSÃO NA ESCOLA
O secretário de Governança Educacional e Cultura, Carlos Alberto Serra Negra, abriu os trabalhos. E mais uma vez, frisou que a integração e inclusão dos alunos requer ações contínuas de capacitações, estudos e adequações em toda a rede escolar
“A inclusão não é feita da noite para o dia e, por isso, precisamos nos capacitar tecnicamente e estruturalmente. Contratamos mais pessoal, investimos em qualificação e constantemente abrimos novas vagas para profissionais para garantir que as nossas crianças sejam atendidas com a melhor qualidade no ambiente escolar, o que é uma marca da nossa gestão”, disse.
NÚMEROS
Dados da Secretaria de Governança Educacional e Cultura indicam que para cada 25 alunos, 1 é autista ou possui algum tipo de deficiência física ou intelectual. Em 2022, dos 646 estudantes com deficiência matriculados nas escolas municipais, 275 tinham o diagnóstico de autismo.
Atualmente, o município conta com 147 Monitores de Apoio à Pessoa com Deficiência (MAPD) e está com um processo seletivo em aberto para ampliar o número de vagas.