Educação inclusiva: Debate reúne 600 educadores na abertura do 2º semestre em Timóteo
TIMÓTEO – Cerca de 600 educadores, incluindo professores, pedagogos, acompanhantes de alunos com deficiência e equipes diretivas, participaram da abertura oficial do segundo semestre letivo da rede municipal de Timóteo. Promovido pela Prefeitura de Timóteo, por meio da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, e o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Minas na noite de segunda-feira (07) na sede social do Acesita Esporte Clube, o evento constou de palestra show com o tema “Educar para Diversidade: Os 5 Pilares da Educação Inclusiva”.
A abertura do segundo semestre letivo foi realizada pelo prefeito Douglas Willkys, da secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Márcia Lessa e das representantes do SEBRAE, Vanessa Carla Silva, e da Superintendência Regional de Ensino de Coronel Fabriciano, Vanete Sperber. A palestra show integra as ações do projeto Educação Empreendedora desenvolvido pelo SEBRAE em parceria com a Prefeitura de Timóteo, abrangendo a rede municipal de ensino.
Ministrada pelo presidente do Instituto Mano Down, professor Leonardo Gontijo, acompanhado de seu irmão Eduardo Gontijo, o Dudu do Cavaco, primeiro músico com Síndrome de Down a gravar CD e DVD, a palestra emocionou a todos os presentes e apontou caminhos para a efetivação de uma educação inclusiva. Os cinco pilares discutidos foram: Todo ser humano aprende, mas de maneiras e tempos diferentes; A singularidade humana, cada ser humano é único; Intencionalidade, a intenção de educar todos os alunos; Humildade para reconhecer que todo mundo ensina e aprende; Amor, é necessária toda uma aldeia, professores, prefeituras, institutos, comunidade e a própria pessoa e família pra educar a todos.
Dudu do Cavaco
Além do Cavaco escolhido para o seu nome artístico, Dudu toca também pandeiro, banjo, tamborim, repinique, surdo, ganzá, djembê, tarol e teclado e, às vezes, arrisca a cantar. “Quanto toco, jogo minha emoção no cavaquinho e repasso para todo o público. As pessoas emocionam muito com meu trabalho e ser diferente é normal”, comenta o multi instrumentista, que possui um repertório variado, com preferência pelo samba e pagode. Dudu do Cavaco faz questão de divulgar o lema das pessoas com deficiência “Nada sobre nós, sem nós”.
Homenagens
Na abertura do segundo semestre, foram realizados depoimentos de mães de alunos com deficiência e prestado homenagens aos profissionais da educação. “Normalmente, a gente chega na escola armada, esperando os desafios da não aceitação do aluno por ser autista. Em Timóteo, a Secretaria de Educação, a diretora, os professores, enfim todos acolheram com carinho meu filho Daniel”, relatou Érica Freire, frisando que Daniel foi incluído em todas as atividades, tem acompanhante e participa da Sala de Recursos. Ela elogiou também a adoção dos uniformes pela Administração Municipal que é uma forma de inclusão social não só das crianças especiais, mas de todos os alunos.
Educação Empreendedora
A secretária de Educação destacou a parceria com o SEBRAE no projeto Educação Empreendedora na rede municipal, que já possibilitou diversas capacitações, inclusive a palestra show. “Leonardo e Dudu mostram que as pessoas com necessidades especiais têm capacidade de empreender. Eles trazem a mensagem de que ser diferente pode ser uma oportunidade. Todas pessoas têm suas potencialidades e nós, educadores, temos que descobrir e estimular o seu desenvolvimento”, afirmou Márcia Lessa, que fez um breve relato sobre a atuação da Secretaria de Educação na área de Educação Inclusiva.
Em Timóteo, a rede regular de ensino mantém o Atendimento Educacional Especializado (AEE) que atua em três linhas: atendimento individualizado no projeto Salas de Recursos Mista, que conta com 16 salas; oferta de 134 acompanhantes de crianças com deficiência; e três núcleos psicossociais com psicólogos e assistentes sociais. Cerca de 250 alunos, em média, são atendidos pelo AEE. Além do atendimento na rede regular de ensino, a Secretaria de Educação também mantém o Centro de Referência em Educação Inclusiva Ativa (CREIA), que atende cerca de 100 pessoas com deficiência visual e auditiva.
