sexta-feira, novembro 22, 2024
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Sem receber benefício desde abril, aposentados da Minascaixa exigem seus direitos

Drama das famílias é trazido à reunião da Comissão do Trabalho. Representantes do Estado dizem que recursos para pagamento acabaram, mas prometem buscar soluções.

REDAÇÃO – Desde abril deste ano, os aposentados e pensionistas da Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais (Minascaixa), autarquia estadual extinta em 1991, não recebem seus benefícios. A situação tem provocado apreensão e desespero nessas pessoas, todas idosas, que contam com o pagamento para sobrevivência de suas famílias. Seus representantes exigem a volta das aposentadorias e pensões, alegando que é responsabilidade do Governo de Minas arcar com os benefícios.

Por seu turno, o governo afirma que os recursos do fundo de previdência desses servidores e seus dependentes se acabaram. E que a Lei 21.527, de 2014, que trata do tema, permite que o governo pague os benefícios somente com os recursos do fundo de previdência, vedando o pagamento pelo caixa único do Estado.

Esse quadro foi apresentado em audiência pública realizada nesta quinta-feira (18/5/23), pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Betão (PT), e pelas deputadas Beatriz Cerqueira e Macaé Evaristo, ambas do PT.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

No entendimento de Marco Aurélio Corrêa, advogado desses aposentados e pensionistas, quando a Minascaixa foi extinta, o correto seria o Estado absorver não só os funcionários daquele banco, mas também o fundo de previdência.

No entanto, não foi essa a opção, à época: a responsabilidade pelo pagamento dos benefícios ficou a cargo da Fundação Libertas, que absorveu as obrigações da Fundação de Seguridade Social da Minascaixa (Previcaixa). Já em 2014, a Fundação Libertas transferiu ao caixa único do Estado recursos da ordem de R$ 200 milhões para o pagamento das aposentadorias e pensões.

O advogado avalia não haver argumento jurídico para afirmar que o plano ficou sem patrocinador. Segundo ele, o Estado absorveu, não só o trabalho e o conhecimento dos funcionários, mas também o grande patrimônio da Minascaixa, na forma de inúmeros imóveis em Minas.

Marco Aurélio utilizou-se de uma metáfora para explicar a situação. Uma mulher, com uma doença grave e incurável, resolve passar R$ 200 mil que tinha de patrimônio para seu esposo cuidar dos filhos do casal. Ele faz mau uso do dinheiro e, após 9 anos, alega não ter mais condições de manter os filhos. Nesse sentido, o advogado exigiu que o governo apresente os balancetes da previdência dos servidores da Minascaixa entre 2014 e maio de 2023. “Quero saber se existe essa conta e que tipo de aplicação foi feita”, cobrou.

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