Sem fiscalização, transporte público em Timóteo virou sinônimo de ineficiência e desrespeito aos cidadãos
TIMÓTEO – Falar sobre a precariedade do serviço prestado pela concessionária do transporte público em Timóteo, é chover no molhado. Na realidade os passageiros que dependem do transporte coletivo em Timóteo, estão sozinhos na luta contra a empresa que detém os serviços. É que o órgão fiscalizador dos serviços, no caso o município, não fiscaliza e ainda dá incentivo financeiro à empresa. No fim da linha está a população que paga a conta para receber um serviço de péssima qualidade e de muito risco.
Na tarde desta terça-feira (28), dia de inauguração de um grande supermercado na cidade, famílias inteiras com dezenas de sacolas, que dependiam da “miséria” do ônibus que só anda lotado rumo a Regional Leste, deixou a turma na ‘mão de calango’. Desesperados, muitos passageiros recorreram ao serviço de Motaxi e Uber, para fazer frente a uma política pública que não respeita o direito de ir e vir da população trabalhadora.
Mudança de Itinerário
Como se não bastasse tudo de ruim que possa ter a prestação deste serviço à população, vem os cortes dos itinerários, como: o carro de 18h05 – Recanto Verde via Sinterização; de 18h10 – Recanto Verde; Macuco 18h15, no momento em que a população mais precisa. “Cadê o dinheiro do incentivo que essa empresa recebeu mediante autorização da Câmara Municipal”, indagou uma passageira que estava furiosa segurando 11 sacolas esperando o ônibus para o Macuco.
A mesma passageira que não se identificou, ainda denunciou que pela manhã, no horário de 09h20 o ônibus simplesmente desapareceu. “Quem trabalha, quem tem consulta ou horário para chegar em algum compromisso, deve sair de casa para o ponto com no mínimo uma hora de antecedência, porque não pode confiar na empresa. O transporte público em Timóteo virou sinônimo de ineficiência e desrespeito aos cidadãos”, garantiu a passageira.
“O referido serviço público viola a dignidade dos seus usuários. A superlotação do transporte público, sucateamento da frota e insuficiência de demanda de horários, implicando riscos à saúde e segurança, são coisas que a Prefeitura e Câmara de Vereadores deveriam olhar por nós”, sugeriu o passageiro Otaviano dos Santos morador do bairro Recanto Verde.
O mesmo passageiro lembrou que “em Ipatinga e Fabriciano quando ocorre este tipo de coisa, os prefeitos enfrentam a empresa. Em Timóteo, a Prefeitura e Câmara são frouxas para defender os direitos dos usuários”, afirmou.
Licitações e Contratos
O serviço de transporte público coletivo é estabelecido por intermédio de normas gerais sobre licitações e contratos administrativos no âmbito do poder público; concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita pelo poder público concedente, mediante licitação (na modalidade de concorrência) à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo certo, conforme previsão no ordenamento jurídico pátrio (leis 8.666/93 e 8.987/95).