quinta-feira, novembro 21, 2024
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Relatório comprova tentativa de golpe, diz senadora da CPMI do 8 de janeiro

Senadora Eliziane Gama citou outras descobertas da CPMI, como o caso da venda de joias recebidas pela Presidência | Foto: Henrique Chendes

REDAÇÃO – “Havia no Brasil um complô para repetir o golpe de 1964.” A frase foi usada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) para sintetizar o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro de 2023, instaurada no Congresso Nacional. O documento foi entregue nesta sexta-feira (10/11/23) à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), durante audiência.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

De acordo com a senadora, que foi relatora da CPMI, o movimento visando o golpe começou logo após as eleições e a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela citou fatos como a tentativa de invasão do hotel onde o então presidente eleito Lula estava hospedado e a instalação de bomba em caminhão de combustível. “Foi um movimento financiado pela direita”, acrescentou.

Para a parlamentar, se o movimento tivesse recebido apoio popular e das instituições, teria implantado o golpe. Sobre a invasão dos poderes, em 8 de janeiro, Eliziane Gama afirmou que o cenário foi de guerra, com prejuízo estimado em R$ 100 milhões, o que levou, inclusive, a Advocacia-Geral da União (AGU) a pedir responsabilidade civil de indiciados para ressarcimento dos valores.

No total, 61 pessoas foram indiciadas no relatório, entre as quais o ex-presidente Jair Bolsonaro, cinco ministros do seu governo, ex-auxiliares diretos, integrantes das Forças Armadas e policiais militares, além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O documento já foi enviado a outras instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF), que o incorporou a outros inquéritos em andamento, segundo Eliziane Gama.

A senadora também lembrou que a sugestão de criação da comissão partiu da direita, com a narrativa de autogolpe do governo eleito para incriminar Bolsonaro. “Ao investigar e quebrar sigilos, descobrimos joias, carteira de vacinas adulterada, coisas que nem estavam no foco da CPMI”, destacou. E a partir daí, segundo ela, começaram os ataques aos integrantes da CPMI.

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), também membro da CPMI, destacou alguns depoimentos colhidos, como o do hacker a quem a deputada Carla Zambelli e o próprio Bolsonaro teriam pedido a “criação de uma fraude” na urna eletrônica. “Havia um núcleo duro e pensante do golpe, chefiado por Bolsonaro”, afirmou. Ele lembrou que o relatório final foi aprovado no Congresso e se tornou um tiro no pé do movimento golpista.

Na opinião dos dois parlamentares federais, o relatório pode servir para aprimorar as legislações e ampliar a proteção à democracia. Por isso, eles estão levando o documento também às assembleias legislativas estaduais.

 

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