Operação Red House: PCMG desarticula grupo criminoso violento
IPATINGA – Na manhã desta quarta-feira (7/6), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou em Ipatinga, no Vale do Aço, o resultado das investigações concluídas após a deflagração da operação Red House, nessa terça (6/6). A ação policial culminou na prisão de cinco suspeitos de integrarem uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas, homicídios e roubos na cidade. Além disso, 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
De acordo com a delegada Talita Martins Soares, que coordena o inquérito policial, o grupo criminoso estava estabelecido no bairro Bethânia, em Ipatinga, e estaria ligada diretamente a uma organização com base no estado do Rio de Janeiro, responsável pelo fornecimento de entorpecentes no bairro da cidade mineira.
Estrutura
Levantamentos da PCMG indicam que a organização criminosa era altamente estruturada, hierarquizada e organizada, e dividia o controle do bairro em quatro diferentes frentes. “Cada frente era liderada por um chefe e seus subordinados, sendo responsáveis pela venda de drogas; composta por adultos, em conjunto com adolescentes. Estes últimos tinham a responsabilidade de assumir a propriedade das drogas em caso de abordagem policial. Os lucros obtidos com o tráfico eram divididos em três partes: a primeira para os vendedores, a segunda ao chefe da frente e a terceira, destinada à organização criminosa no Rio de Janeiro”, revela a delegada Talita Martins, complementando que foi constatado o abastecimento de drogas e armamentos, com indícios de entrega de dinheiro pessoalmente ao grupo do Rio de Janeiro.
O homem apontado como líder da quadrilha foi identificado durante a investigação como a pessoa responsável pela conexão entre a organização que estava em Ipatinga e o grupo do Rio de Janeiro. Ele foi preso em uma ação conjunta das polícias Civil e Militar no Rio de Janeiro, após envolvimento em um roubo a uma joalheria em Araruama (RJ), em 20 de abril de 2021. Segundo informações obtidas pela PCMG, mesmo detido, o líder do grupo continuava a comandar o tráfico de drogas no bairro Bethânia.
Punições
Além do tráfico de drogas, a quadrilha também era responsável por roubos na cidade e região. Os membros da organização possuíam códigos internos, ou regras para todos os participantes, e uma deles era o de destruir celulares durante abordagens policiais, com o objetivo de encobrir as ações criminosas que eram postadas em um grupo de rede social. O não cumprimento dessa regra era punida com assassinatos e torturas.
Entre os homicídios cometidos pelo grupo, destaca-se o caso de um adolescente de 16 anos que foi sentenciado à morte pela organização após entregar o telefone e revelar a senha aos policiais durante uma abordagem no bairro. Investigações apontam que ele teria sido vítima de uma ação do “tribunal do crime”.
“Esse brutal assassinato foi gravado pelos criminosos e circulou dentro do bando, servindo como exemplo para intimidar os membros a não descumprirem os códigos/regras estabelecidos. Em diversas ocasiões, o grupo filmava suas atividades criminosas para enviar ao líder, como forma de demonstrar o cumprimento das ordens ou uma prestação de contas”, salientou Talita Martins.
Ao término das investigações, um total de 31 pessoas foram indiciadas, das quais 11 estão atualmente presas. As apurações se desdobraram em três inquéritos policiais.
Coordenaram os trabalhos de polícia judiciária o chefe do 12º Departamento, delegado-geral Gilmaro Alves Ferreira, o delegado regional Thiago Alves Henriques e a delegada Talita Martins Soares. A operação Red House contou com o empenho de 62 policiais civis no âmbito do Departamento.