Manobra na Câmara de Timóteo adia votação do acordo judicial entre PMT e Copasa
TIMÓTEO – Pela segunda vez consecutiva foi adiada na Câmara Municipal de Timóteo a votação do Projeto de Lei 4.517, de autoria do prefeito municipal, que pede aos vereadores autorização para celebrar um acordo de R$ 23,7 milhões com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA/MG, referentes ao pagamento de faturas de consumo de água da Prefeitura de Timóteo, bem como restos a pagar de parcelamentos feitos preteritamente e que não foram honrados pela prefeitura. O acordo refere-se ao processo nº 5001130- 78.2020.8.13.0687.
O adiamento solicitado pelo vereador Beto do Estofamento, da base governamental, foi uma manobra para que o PL não fosse derrotado pelos vereadores presentes, visto que quatro parlamentares | Adriano Costa Alvarenga, Nelinho Ribeiro, Brinnel Tozatti e Wladimir Geraldo de Lana, o Careca | estavam ausentes na reunião plenária.
Mesmo com a manobra orquestrada em plenário, vários vereadores que articulam a reprovação do acordo judicial, discursaram questionando a realidade da dívida envolvendo “contas de água” cobrada pela Companhia de Saneamento Básico de Minas Gerais – COPASA.
Dívida prescrita
O presidente da Câmara, vereador Reygler Max, deu o tom da discussão, afirmando que a prefeitura está pagando R$ 8,4 milhões de uma dívida prescrita, que “o município não é obrigado a pagar”. O presidente ainda defendeu a transparência para o acordo ora proposto, sugeriu até audiência pública para coletar a opinião da população sobre a questão.
“Todos os dias o nosso gabinete recebe reclamações sobre o péssimo serviço de tratamento de água e esgoto em nossa cidade. A água frequentemente é turva e o esgoto não é tratado adequadamente, sem contar os estragos que faz nas vias ao realizar algum tipo de intervenção”, argumentou o presidente Reygler, destacando o seu compromisso com a população da cidade no trato com o dinheiro público.
Comissão de Inquérito
Pela repercussão do assunto, o JBN apurou que o acordo referente ao processo nº 5001130- 78.2020.8.13.0687, poderá ser objeto da instalação de uma Comissão Legislativa de Inquérito visando apurar a realidade da dívida cobrada pela Companhia de Saneamento Básico de Minas. A informação do presidente da casa, de que existem mais de oito milhões de prescrição embutida na proposta do acordo, alvoroçou os vereadores. O indicativo da possibilidade da investigação da dívida foi dado pelo vereador professor Ronaldo, durante pronunciamento na tribuna do parlamento. Após o término da sessão plenária, os vereadores foram convidados a participar de uma reunião no gabinete da presidência.