Governo de Minas vistoria instalações de futura usina de biometano em Sabará, na RMBH
REDAÇÃO – O governador Romeu Zema vistoriou, nesta terça-feira (3/10), o projeto de usina de produção de biometano e geração de energia no Aterro Sanitário de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O investimento de R$ 152 milhões será feito pela empresa italiana Asja, com previsão de produção de 80.000 metros cúbicos diários do gás natural renovável, e geração de 24 empregos permanentes.
“Estive na empresa Asja que produz energia limpa a partir do metano que é gerado no lixo. Essa energia tem a vantagem de fazer com que gases estufas, no caso o metano, não vá para a atmosfera. Então, é algo muito bom para o meio ambiente, já que evita o efeito estufa”, disse o governador Romeu Zema.
A empresa vai investir R$ 152 milhões para a fabricação do biometano, que pode ser usado em diversas aplicações, desde mobilidade urbana até indústrias de grande porte. Mais sustentável, o produto auxilia na descarbonização, compromisso assumido internacionalmente pelo Governo de Minas rumo a uma transição para uma economia mais verde. A formalização do investimento foi realizada em setembro, na cidade de Turim (Itália), durante a recente missão do Estado à Europa para atração de investimentos.
“Esse gás pode ser utilizado por diversas indústrias que, hoje, fazem uso do gás natural e ele é gerado a partir do lixo. O que nós queremos é isso: um desenvolvimento com energia sustentável e, principalmente a geração de empregos para os mineiros”, completou Zema.
Acompanhado pelo secretário de Estado de Governo (Segov), Gustavo Valadares, do diretor de Atração de Investimentos da Invest Minas, Ronaldo Alexandre Barquette, além de outras autoridades, o governador percorreu toda a usina e conheceu alguns equipamentos utilizados pela empresa.
“É um prazer receber o governador mais uma vez. Esse projeto é muito importante para nós e para Minas Gerais. O Governo de Minas é um exemplo em energia renovável e sempre nos deu suporte e incentivos para que nós empresários conseguíssemos desenvolver novos projetos”, declarou o diretor-geral da Asja Brasil, Rickard Schäfer.
Ganhos ambientais
A usina promete ser um modelo para Minas Gerais e para o país em reaproveitamento de resíduos, promovendo também grande contribuição para o processo de descarbonização da economia mineira.
De acordo com a empresa, a planta de Biometano em Sabará fará a produção com alta tecnologia e dentro dos padrões exigidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a partir do biogás gerado da decomposição da fração orgânica dos resíduos sólidos do aterro, operado pelo Grupo Vital, que é parceiro no projeto.
O processo consiste no tratamento e purificação do biogás, elevando o poder calorífico, tornando-o semelhante ao gás natural, com a grande vantagem de ser um biocombustível altamente eficiente e de baixo impacto ambiental.
Além disso, no mesmo local haverá dois geradores de energia movidos com o gás produzido, com capacidade de 2.8 MW, para autoconsumo. Ao todo, a planta da Asja contribuirá para evitar a dispersão de 415.000 tCO₂eq/ano (tonelada de dióxido de carbono equivalente).
A planta de biometano contribuirá, ainda, para a diversificação da matriz energética do país, reduzindo a dependência de fontes não renováveis e importadas de energia. Neste sentido, o biometano pode ser utilizado para fins industriais e frota veicular, em substituição ao gás natural. Isso aumentará a segurança energética e fortalecerá a autonomia na produção de recursos essenciais.
Liderança em energia limpa
Com o novo investimento, a usina da Asja vai contribuir para que Minas Gerais amplie a sua liderança no país na produção de energia renovável.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o estado alcançou a marca de 99,5% da matriz energética vindas de fontes renováveis (hidrelétrica, solar, eólica e biomassa).
É de MG a liderança em geração de energia solar fotovoltaica no país, superando a marca de 6 GW de capacidade instalada (somando as modalidades centralizada e distribuída), e com potencial para ultrapassar os 50 GW, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.
Vale destacar, ainda, que Minas Gerais será sede da primeira fábrica de equipamentos para a produção de hidrogênio verde da América Latina. Além disso, foi o primeiro Estado latino-americano e do Caribe a aderir à campanha mundial ‘Race to Zero’, para neutralizar a emissão de gases do efeito estufa até 2050.