Fabriciano intensifica ações de combate à dengue e chama atenção para a alta de casos de infecção
FABRICIANO – Causada pelo mosquito Aedes aegypti, as arboviroses dengue e chikungunya continuam a acometer a população do Brasil, e em Fabriciano não é diferente. Segundo dados epidemiológicos da Secretaria de Governança da Saúde/Setor de Epidemiologia, os casos da doença pelos vírus vêm numa crescente desde o final de outubro, com novos registros a cada semana.
Segundo boletim da Situação Epidemiológica das Arboviroses no município, as notificações de dengue começaram a aumentar na semana 40 (1º a 7/10), com 54 registros em Fabriciano. Já as notificações com sinais característicos de chikungunya tiveram seu pico na semana 43 (22 e 28/10), com 40 casos. O pico de casos foi na semana 45 (5 a 11/11), com 72 notificações para dengue e 92 para chikungunya.
Em apenas 2 meses, entre as semanas epidemiológicas 40 a 47 analisadas (24/9 a 25/11), 379 pessoas foram notificadas com suspeita de dengue e outras 377 de chikungunya em Fabriciano.
A preocupação da Saúde do município é que este crescimento do número de casos não era esperado para o período, já que estamos em período de seca. Vale ressaltar que os dados do boletim da Situação Epidemiológica das Arboviroses referem-se aos pacientes notificados que buscaram os serviços de Saúde.
O Secretário de Governança da Saúde, Ricardo Cacau, explica o cenário epidemiológico e diz que o município redobrou a atenção e intensificou as ações previstas no plano. “Todo mundo sabe como coibir a dengue, que é destruir o foco. E a nossa preocupação agora é exterminar o mosquito adulto e evitar que cada vez mais pessoas sejam infectadas”, resume.
“O município conta com plano de ação que já foi acionado e está em execução. A rede municipal de saúde está pronta para atender os pacientes com suspeita das doenças. Mas somente a união dos moradores é capaz de barrar as infestações, eliminando os focos do mosquito”, detalha o secretário de Saúde.
BLOQUEIO AO AEDES AEGYPTI
Desde a percepção do aumento de casos, confirmado pelo boletim da Situação Epidemiológica, as equipes da Vigilância em saúde, por meio do setor de Controle de Endemias, iniciaram borrifação e destruição de focos do Aedes aegypti. O trabalho já foi realizado e segue em andamento nos seguintes bairros: Alipinho, N.S. da Graças e N.S. da Penha, Santa Helena, Professores e Santa Terezinha.
A gerente de Vigilância em Saúde, Vânia Tavares, explica o objetivo da ação e a priorização dos bairros. “O bloqueio na teoria é realizado num raio 100 metros do caso suspeito. Entretanto o município está optando para realizar o bloqueio com bombas costais motorizadas em todo o bairro onde está ocorrendo surto da doença, ou seja, um número considerável de notificações.”
A profissional explica a diferença entre as duas ações: “O uso da bomba costal (o UBV leve) que asperge micro gotículas é utilizada prioritariamente nesses bairros por possuir um efeito residual e fixar por mais tempo no ambiente. Já o Fumacê (UBV pesado) está sendo utilizado à noite nos bairros que já receberam o UBV leve.
ATENDIMENTO DE PACIENTES
Coronel Fabriciano conta hoje com rede de saúde pública completa para acolher, tratar e encaminhar a sua população em casos de saúde. E no caso da dengue e Chikungunya não é diferente.
A Unidade Básica de Saúde, onde o cidadão é referenciado, é a porta de entrada. A UPA e o Hospital podem ser buscados para casos mais graves e em situação de emergência nos finais de semana e feriados.
A Secretaria ainda tem reforçado as vistorias e sensibilização para prevenção, orientação de pessoas com sinais sugestivos de arbovirose procurar a rede municipal de saúde e diminuir a subnotificação.
“Chikungunya e dengue têm quadros clínicos semelhantes e, em sua maioria, a diferenciação só pode ser confirmada com testes laboratoriais. O diagnóstico correto é importante para que as autoridades de saúde possam tomar as medidas necessárias para controle da doença e para que os médicos possam dar o tratamento apropriado ao paciente”, explica Vânia.
COMBATE AO AEDES AEGYPTI
Se cada morador destinar diariamente 10 minutos para combater as arboviroses é suficiente. É preciso eliminar os criadouros e não deixar as larvas eclodirem e se transformarem em mosquito. Limpe o quintal de objetos que podem armazenar água, verifique as plantas e comedouros de animais. O Aedes aegypti vive 45 dias. Uma única fêmea infectada pode picar até 5 pessoas de uma mesma residência em um único dia.