Turismo na bacia do rio Doce é impulsionado com Arranjos Produtivos Locais
REDAÇÃO – Neste mês de agosto, o programa de Turismo, Educação e Cultura da Fundação Renova promove dois eventos de apresentação, capacitação e mobilização dos grupos de Arranjos Produtivos Locais (APLs). O primeiro evento aconteceu nesta quinta-feira (11), em Governador Valadares. O segundo será nesta sexta-feira (12), em Marliéria.
Nessas localidades, empreendedores da cadeia de turismo se organizaram em Arranjos Produtivos Locais para impulsionar a atividade turística, potencializando a vocação de cada região. Também participam da iniciativa representantes do setor que atuam no turismo cultural, turismo de aventura, turismo rural e ecoturismo.
A Fundação Renova, com o apoio da consultoria Moore, fomentou a criação dos APLs em municípios que apresentam potencial para o desenvolvimento turístico. Além de Governador Valadares e Marliéria, que compõem o polo do Médio Rio Doce, a atuação se concentra em outros dois polos: o de Mariana e o da Foz (formado pelas comunidades de Regência, Povoação, Pontal, Entre Rios, Areal, Comboios e Degredo, no município de Linhares, no Espírito Santo).
O formato de Arranjo Produtivo Local reúne os principais empreendedores e lideranças da cadeia do turismo de cada polo, em busca do desenvolvimento do setor em cada região, com suas características e estruturas. A partir do trabalho de consultoria e capacitação desenvolvido, os grupos se fortalecem e se estruturam em torno de seu potencial.
Os Arranjos Produtivos Locais têm o papel de fazer o diagnóstico do potencial turístico de cada polo e elaborar planos para desenvolvimento do setor na região. O trabalho de assessoria técnica, consultoria e capacitação já propiciou aos integrantes dos grupos a participação em eventos importantes do setor, como a Semana do Turismo, o Congresso da Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura (ABETA) e a visita a um arranjo produtivo de turismo em Recife (PE).
“Em setembro, será realizada mais uma visita técnica de todos os APLs, inclusive do polo da Foz, em uma estância turística no município de Brotas (SP). Será uma oportunidade incrível para os membros dos APLs fazerem uma imersão em uma estância turística reconhecida pelo governo, trocarem experiências com gestores e operadores de turismo, vivenciarem boas práticas de receptivo, bem como trazerem novas ideias para o território”, informa Regiane Assis, analista do programa de Turismo, Educação e Cultura da Fundação Renova.
Histórico e Capacitações
O projeto é conduzido pelo programa de Turismo, Educação e Cultura da Fundação Renova, que, em 2020, fez um levantamento das regiões onde a atividade turística havia sido mais impactada pelo rompimento da barragem de Fundão e que possuíam maior potencial de desenvolvimento do turismo. Definiram-se três regiões, que se tornaram os principais polos do projeto.
Cada um dos três polos se destaca em diferentes modalidades turísticas. Mariana conta com o turismo cultural e de aventura. O Médio Rio Doce, em Marliéria, tem o ecoturismo, no Parque Estadual do Rio Doce (PERD), e o turismo rural. Já em Governador Valadares, o forte é o turismo de aventura na prática do voo livre, escaladas e trilhas. Na Foz do rio Doce, no Espírito Santo, o ecoturismo e o turismo de aventuras são os destaques.
“No ano passado, começamos uma mobilização com os empreendedores de turismo e iniciamos as reuniões com os representantes de cada município, com o objetivo de elaborar um planejamento estratégico para o desenvolvimento turístico daquele município. Nessas reuniões, empreendedores, prefeituras e agentes capacitadores foram convidados a formarem os grupos. Trabalhamos com capacitações durante toda a pandemia”, explica Regiane Assis.
Um dos objetivos desse trabalho é a consolidação dos Arranjos Produtivos Locais e de sua governança, preparando o território e seus atores para a promoção e atração de visitantes, consolidando esses polos como destinos turísticos relevantes.
Para este ano, os grupos possuem um plano com ações estruturadas, que contempla, além de capacitações, criação de rotas e produtos turísticos, apoio a eventos indutores de fluxo e ações de marketing.
“A proposta dos Arranjos Produtivos Locais é estruturar uma cadeia produtiva local e capacitar os empreendedores e a gestão pública. O objetivo dessa metodologia é fazer com que os projetos da Fundação Renova no turismo local sejam sustentáveis”, diz a coordenadora do programa de Turismo, Educação e Cultura da Fundação Renova, Maria Cristina Aires.
Sobre a Fundação Renova
A Fundação Renova é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, constituída com o exclusivo propósito de gerir e executar os programas e ações de reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão.
A Fundação foi instituída por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas Vale e BHP, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.