QUEM NÃO TEM CÃO, VACINA GATO | Prefeitura de Ipatinga combate à Leishmaniose Visceral
IPATINGA – A Prefeitura de Ipatinga, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), irá realizar no próximo sábado, dia 27, atividades em alusão ao Agosto Verde, mês escolhido para a conscientização sobre a prevenção da Leishmaniose Visceral.
O evento está programado para o Parque Ipanema, de 8h às 12h, e lá estarão presentes, além da equipe técnica do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ), representantes das entidades de proteção animal formalizadas no município, “Arca da Fran” e “Meu Amigo Cão”.
Com o objetivo de multiplicar entre a população informações sobre cuidados com os cães e gatos, além de promover a interdisciplinaridade e a integração com a comunidade, o público terá ao seu dispor, no galpão central do Parque Ipanema, a aplicação de vacina antirrábica, avaliação clínica e orientações sobre prevenção de doenças e orientação sobre o bem-estar animal. O evento contará ainda com cães e gatos disponibilizados para adoção responsável.
As avaliações clínicas dos animais, no que tange às doenças relacionadas com a saúde pública, serão realizadas pelos médicos veterinários Amanda de Barros, Mauro Liberato e Shara Regina.
“Será um momento para trabalhar a educação em saúde e orientação sobre as formas de prevenção das doenças. O município de Ipatinga é endêmico para a Leishmaniose Visceral, e isso significa que as medidas de prevenção devem ser adotadas por todas as pessoas que decidem ter cães, e por toda a vida do animal. Da mesma forma, é fundamental o cuidado com o ambiente da residência, não só para a prevenção da Leishmaniose Visceral, mas de todas as doenças de caráter ambiental. Necessário oferecer ambiente salubre para cuidados com a família e não expor animais ao risco”, orienta o secretário municipal de Saúde, Cleber de Faria.
Ele acrescenta ainda que ao longo do mês haverá diferentes intervenções sobre o tema e que a campanha reforça os cuidados preventivos contra a zoonose.
TRANSMISSÃO
Um cão contrai a Leishmaniose Visceral através da picada do mosquito-palha infectado, presente em regiões quentes e úmidas. Segundo o CCZ, o vetor da Leishmaniose Visceral se reproduz em matéria orgânica em decomposição, como folhas, frutos, lixo orgânico e fezes de animais. Depois de picado pelo mosquito infectado, o cão se torna um reservatório do protozoário Leishmania chagasi, agente causador da doença.
A doença é transmitida ao homem a partir da picada de mosquito-palha infectado, que se alimentou do sangue de um cão doente.
Sem cura
Não há cura para a Leishmaniose Visceral canina. Por isso as medidas de prevenção são tão importantes e prioritárias. O tratamento é uma decisão do tutor, e deve ser feito por toda a vida do animal, não sendo considerado uma medida de controle coletivo da doença.
Cães não tratados corretamente continuam colocando em risco a saúde das pessoas e de outros cães. O Ministério da Saúde reconhece o tratamento da Leishmaniose Visceral canina somente com a droga miltefosina, sendo proibido tratar com drogas de uso humano ou outras sem registro no Ministério da Saúde ou da Agricultura.
A Leishmaniose Visceral é uma doença silenciosa. Portanto, independente do animal estar clinicamente saudável, é necessário fazer o teste pelo menos a cada seis meses, e utilizar as medidas de prevenção por toda a vida do animal.
Sinais clínicos da Leishmaniose Visceral
Em alguns casos, os sintomas aparecem. São eles:
– Perda de pelo
– Feridas no focinho, orelhas e região dos olhos;
– Apatia;
– Crescimento anormal das unhas;
– Perda de peso, emagrecimento progressivo e anorexia;
– Aumento do volume abdominal;
– Paralisia dos membros.
Tratamento dos cães
“Atualmente, apenas um medicamento é liberado para o tratamento da Leishmaniose Visceral canina e deve ser prescrito por um médico veterinário após avaliação clínica e exames. Além do medicamento, é importante atentar para os problemas pontuais do cão, como as feridas de pele e perda de peso, com cuidados sempre associados ao uso dos repelentes”, acrescenta Eliane Garção Lana, gerente da Seção de Controle de Zoonoses.
Prevenção da Leishmaniose
Além do uso regular de métodos de repelência do mosquito-palha, existe a possibilidade de empregar a vacina contra a Leishmaniose Visceral canina como medida adicional. Ela deve ser aplicada em animais negativos no teste sorológico, em três doses, com intervalo de 21 dias. O reforço anual deve ser feito a partir da data da primeira imunização.
O CCZ – Centro de Controle de Zoonoses funciona de segunda a sexta-feira, de 7h às 16h, na avenida Simón Bolívar, 798, Cidade Nobre. Os telefones para outras informações são o (31) 3829-8383 e o (31) 3829-8313.