FUNDAÇÃO RENOVA APOIA PROJETO PARA FORTALECIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
REDAÇÃO– Durante a realização do Chocolat – Festival do Chocolate e do Cacau, em Linhares, no Espírito Santo, foi anunciada a parceria entre a Fundação Renova e o Instituto Imaflora para um projeto de apoio à cadeia produtiva do cacau na região.
O projeto, voltado aos pequenos e médios produtores, tem como objetivo trazer soluções para o fortalecimento e desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do cacau, incluindo o aumento da produtividade como forma de elevar a renda do produtor e a eficiência do setor. Além de colaborar para a proteção ambiental e dos recursos naturais, a iniciativa prevê um aumento do bem-estar social de produtores, trabalhadores e suas famílias.
Dentre as metas, está a capacitação dos produtores em temas, como Gestão e Comercialização, Manejo Sustentável do Cacau, Segurança e Saúde e Pós-Colheita. O projeto ainda vai oferecer treinamento teórico e prático para 20 técnicos e 40 produtores. Serão instaladas quatro unidades demonstrativas em fazendas que já são produtoras de cacau. Uma associação de produtores, selecionada pelo projeto, receberá apoio com intercâmbio de conhecimento. Também será dado apoio à realização de dois eventos de cacau: Concurso Estadual de Qualidade de Amêndoas de Cacau e o Chocolat Festival de Linhares.
Conheça abaixo os temas trabalhados nas capacitações
- Promover o comportamento orientado para negócios entre produtores, a eficiência da cadeia de cacau e o desenvolvimento sustentável;
- Fortalecer a resiliência dos produtores através de assistência técnica, treinamento e desenvolvimento de competências;
- Gerar produtividade através da adoção de boas práticas agrícolas, gerenciamento da produção e aumento da eficiência;
- Fortalecer a organização dos produtores por meio das cooperativas locais e associações;
- Destravar e aumentar o acesso a crédito, e outros mecanismos financeiros, para produtores;
- Melhorar as condições de trabalho e o bem-estar social nas áreas cacaueiras;
- Monitorar o uso do solo, combater o desmatamento e promover o reflorestamento usando sistemas agroflorestais (SAF);
- Melhorar a qualidade do cacau e o processamento pós-colheita;
- Provar o conceito de que é rentável e viável produzir cacau com alta produtividade, tendo acesso a crédito e assistência técnica.
Os Parceiros
O Instituto Imaflora, de Piracicaba (SP), que apoia produtores rurais de cacau na Bahia, Pará e Espírito Santo, será o responsável pela condução e gestão do projeto em Linhares. A Fundação Renova vai executar o repasse de recursos, com orçamento previsto de mais R$1,5 milhão para os 24 meses de duração.
O projeto conta com o envolvimento de mais dez instituições, dentre elas, as Comissões dos Atingidos, os Sindicatos Rurais e a CocoaAction Brasil, Fundação Mundial do Cacau (WCF), que assumirá a supervisão do projeto, visando fomentar a sustentabilidade com foco no produtor. Conheça abaixo os parceiros:
- ACAU – Associação dos Cacauicultores do Estado do Espírito Santo
- CEPLAC – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira
- INCAPER
- SEAG/ES – Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca
- SENAR / ES
- Sindicato Rural de Linhares
- IDAF
- Centro de Inovação do Cacau – CIC
- Organização de pequenos produtores rurais fora de sindicatos
- Comissões dos Atingidos da região de Linhares
A produção cacaueira no Espírito Santo
A cultura do cacau no Espírito Santo abrange mais de 2 mil propriedades e, de acordo com o Instituto Jones dos Santos Neves, em 2019, a produção gerou uma renda bruta de mais de R$110 milhões. O sistema de produção tem se modernizado e buscado ajudar na conservação do meio ambiente. A própria natureza do cultivo do cacau favorece esse objetivo por ser um cultivo em sistema agroflorestal que conserva o solo, permite a infiltração e acúmulo de água, bem como serve de abrigo para espécies da fauna e flora da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do país.
Segundo dados do IBGE, no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a cacauicultura ocupava, em 2019, uma área de 16.993 hectares no Espírito Santo, e tem o município de Linhares como o maior produtor do estado, com aproximadamente 80% da produção.