sexta-feira, novembro 22, 2024
DestaquesPolícia

Desvio e lavagem de dinheiro em instituição de ensino superior é alvo de operação da PF

REDAÇÃO – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (8) uma operação contra os crimes de desvio e lavagem de dinheiro em uma instituição de ensino superior e sua mantenedora. Segundo a PF, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em VarginhaTrês CoraçõesConceição do Rio Verde, Contagem, Nova Lima e Belo Horizonte, além de outras ordens judiciais de apreensão em desfavor de pessoas físicas e jurídicas.

Os investigados da ação da PF são a Universidade Vale do Rio Verde (Unincor) e a Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE). A operação foi nomeada de “J’Adoube”. O nome faz referência a um termo utilizado no jogo do xadrez que significa “eu arrumo”, para indicar que os investigados criavam empresas para desvio de valores e consequente lavagem de ativos.

Segundo a PF, durante as investigações foi apurado que a fundação tinha grande volume de débitos tributários e previdenciários com a União já vencidos. O valor era de cerca de R$ 92 milhões. Além disso, havia também dívidas trabalhistas de processos judiciais com trânsito em julgado, que não foram pagos.

Ainda de acordo com a PF, os dirigentes da FCTE e titulares de empresas criadas para atividades ilícitas teriam desviado valores das mensalidades dos cursos oferecidos, ao longo de mais de três anos. Estes valores deveriam ser incluídos nas contas da FCTE para o pagamento de encargos correntes e dívidas.

Os valores desviados eram referentes às mensalidades de alunos dos cursos de graduação e especialização da universidade oferecidos em diversos campi de Minas Gerais. A PF representou por 28 ordens judiciais, sendo 16 mandados de busca e apreensão nas cidades mineiras de Varginha (2), Três Corações (3), Conceição do Rio Verde (1), Contagem (2), Nova Lima (2) e Belo Horizonte (6), além outras ordens judiciais de apreensão específicas em desfavor de pessoas físicas e jurídicas.

“O objetivo do grupo criminoso tinha duas frentes. O primeiro de evitar o bloqueio de valores por parte da união sob a alegação de que empresas de cobrança captariam as mensalidades e depois repassariam para a fundação. E o segundo objetivo, a utilização de empresas para atividade fim de receber esses valores ilícitos desviados”, explicou o delegado da Polícia Federal, João Carlos Girotto.

Os investigados poderão responder por crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 22 anos de reclusão, se condenados.

O que dizem as instituições

Em comunicado oficial, a FCTE e a Unincor disseram que a operação ocorre devido a débitos trabalhistas e tributários deixados pelas gestões anteriores, que a gestão atual vem tentando sanar há mais de 10 anos.

Compartilhe em suas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *