Acidentes com energia elétrica aumentam no Brasil em 2021 e Cemig orienta como evitá-los
REDAÇÃO – O recado é conhecido e a maioria das pessoas já ouviu falar dos riscos da eletricidade, mas basta apenas um descuido para que a situação mude completamente, saia do controle e possa provocar até mesmo a morte. Infelizmente, os números de ocorrências desta natureza continuam em um patamar alto no Brasil, conforme aponta o Anuário Abracopel 2022, divulgado recentemente pela Associação Brasileira para a Conscientização dos Perigos da Eletricidade (Abracopel). De acordo com a publicação, aconteceram 1.585 acidentes de origem elétrica no Brasil em 2021, que resultaram em 761 mortes. Em 2020, aconteceram 1502 ocorrências, que resultaram em 764 óbitos.
Ainda segundo o documento, os casos são variados e muitos ocorreram em situações cotidianas, sendo grande parte deles dentro de casa. Apenas no ano passado, a Associação registrou 215 acidentes que causaram 190 mortes dentro em residências em todo o país.
Dentro do ambiente residencial, os principais causadores de acidentes em 2021 foram: fio partido ou sem isolamento (45 casos e 37 mortes), eletrodoméstico ou eletroeletrônico (35 casos e 31 mortes), extensão, benjamins e tomadas (28 casos e 28 mortes), cercas energizadas (24 casos e 23 mortes), carregador de celular (20 casos e 16 mortes), dentre outras situações.
O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, alerta para o alto grau de letalidade dos números apontados pela Abracopel. “O número de casos de origens elétricas que resultam em morte no Brasil é muito alto. A cada dois acidentes temos um óbito e, nas residências, a razão fica praticamente um pra um. Por isso, devemos ter todo o cuidado com a energia elétrica, que é um bem que é produzido para dar mais comodidade às pessoas. Desta forma, temos que fazer inspeções periódicas nas instalações elétricas, seguir todas as recomendações dos fabricantes e evitar uso de extensões e benjamins para evitar sobrecarga. Lembrando que a orientação é a melhor forma de prevenção aos riscos relacionados à energia elétrica”, explica.
Os acidentes de maior número dentro dos ambientes residenciais, segunda o anuário – que são classificados como “fio partido ou sem isolamento” – tratam de várias situações de toque acidental em cabos que estavam sem isolamento, como tomadas e instalações provisórias. Os números são seguidos por eletrodomésticos, principalmente as máquinas de lavar roupa que vitimaram muitas pessoas em 2021. Acidentes com extensão e benjamins (ou “Ts”) são igualmente altos e completam os três principais motivos de acidentes dentro de casa.
Outros acidentes recorrentes
Outro setor em que ocorrem muitas ocorrências de origem elétrica é o da construção civil. Somente no ano passado, em todo o país, aconteceram 73 mortes de pessoas atuando nas profissões de pedreiro (38), pintor (18) e eletricista particular (17).
Para João José Magalhães Soares, antes de iniciar a obra é indispensável que a localização da rede elétrica seja observada. Segundo o especialista, essa atenção deve ser redobrada quando se faz necessário corrigir a topografia do terreno, instalar andaimes, construir marquises ou sacadas, telhados e, na fase de acabamento, pintura das fachadas.
“É fundamental observar a localização da rede elétrica para que os serviços sejam realizados com segurança. Em alguns casos, é necessária a instalação de barreiras protetoras para garantir o manuseio seguro de vergalhões, tábuas, canos e outros materiais, todos normalmente com grandes dimensões e de difícil manuseio, além de contratar apenas profissionais capacitados para realizar os serviços em nossas residências”, explica.
Na construção civil, o maior risco de acidentes é relacionado com as tarefas realizadas na mesma altura da rede de média tensão, como a reforma de telhado e construção de segundo e terceiro pavimentos, por exemplo. “É preciso ter muito cuidado, porque na rede de média tensão não é necessário nem o contato direto para se machucar. A simples aproximação já pode causar choque de até 13.800 volts, o que provoca queimaduras graves e até mesmo a morte. Porém, mesmo na rede de baixa tensão existe a possibilidade de choque elétrico caso seja tocada. Os materiais e ferramentas na construção civil são grandes e isto aumenta a necessidade de termos mais atenção com a rede elétrica”, alerta o gerente da Cemig.
Os profissionais que utilizam cabos de rolo de pintura, principalmente os feitos de alumínio ou de outros materiais condutores de eletricidade, também devem ser bem cautelosos na hora do manuseio. Mas o especialista em segurança da Cemig alerta que cabos de madeira também conduzem eletricidade ao tocar ou se aproximar da rede de alta tensão e expõem as pessoas ao mesmo risco de choque elétrico.
A Cemig vem criando condições de repassar informações sobre segurança com energia elétrica para seus clientes e um dos exemplos são as informações constantes nas redes sociais, no site da companhia (www.cemig.com.br/seguranca) e apoiando o concurso de redação, desenho e vídeo promovido pela Cemig em parceria com a Abracopel.