Servidores do Inep denunciam assédio na elaboração das provas do Enem
REDAÇÃO – Em crise institucional e diante de uma série de denúncias, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sofre por mais um problema. Desta vez, direcionado ao Exame Nacional do Ensino Médio. Servidores do instituto denunciaram ter sofrido pressão psicológica e vigilância velada durante a elaboração das provas do exame.
Em queixas relatadas a deputados da Frente Parlamentar de Educação, os servidores expuseram pressão por parte da direção do instituto para evitassem escolher questões polêmicas que poderiam incomodar o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Devido ao sigilo das informações do Banco Nacional de Itens, local de onde são tiradas as perguntas e conteúdo do Enem, os empregados do Inep não puderam expor quais foram as questões que provocaram o assédio.
Crise
Na última semana, 35 servidores pediram demissão do órgão, que é subordinado ao Ministério da Educação, e outra grande parte participou de um protesto contra o presidente da pasta, Danilo Dupas. Os funcionários o acusam de assédio moral e dizem que ele se exime de responsabilidades.
O Inep vem passando por esta crise a duas semanas da aplicação da primeira prova do Enem. Na segunda-feira (8/11), os servidores que se demitiram divulgaram um comunicado acusando Dupas de colocar em risco as provas elaboradas pela pasta.
“O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e os Censos da Educação Básica e da Educação Superior estão em risco, em razão das decisões estratégicas que estão sendo adotadas no âmbito da Presidência do Inep”, disse o comunicado.
Denúncia
A Associação dos Servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Assinep) afirmou, após reunião nessa quinta-feira (11/11), que entregará ao Congresso Nacional e aos órgãos de controle documento de denúncia contendo os relatos de assédio institucional e assédio moral.
A decisão ocorreu após Dupas negar ter cometido assédio moral em audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (10/11). Na ocasião, o presidente do Inep também propôs uma reunião com servidores demissionários do órgão.
A Assinep disse que participaria do encontro proposto por Dupas, desde que fosse presencial e aberta a todos os servidores do Inep, com direito à participação de todos.