sexta-feira, novembro 22, 2024
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Receptadores de ferro-gusa roubados estão na mira da polícia

Delegado-chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio da Polícia Civil, Kleyverson Rezende.

BELO HORIZONTE – A Polícia Civil está em fase avançada de investigação que deve levar aos receptadores de ferro-gusa que tem sido roubado de trens de carga na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A informação é do delegado-chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio da Polícia Civil, Kleyverson Rezende.

Ele foi um dos convidados de audiência pública realizada conjuntamente pelas comissões Pró-Ferrovias Mineiras e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira (11/11/21). O encontro foi para tratar de assaltos recorrentes, em especial nos trilhos situados entre as regiões da Gameleira, Oeste de Belo Horizonte, e da Cidade Industrial, já em Contagem, na RMBH.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

Vídeos exibidos durante a reunião mostram pessoas em cima dos vagões jogando a carga para fora e, ainda, pilhas de ferro-gusa organizadas posteriormente ao furto. Segundo o gerente-geral de Relações Institucionais da empresa de logística VLI, José Geraldo Azevedo, a empresa é a concessionária dos trilhos, mas os trens que estão tendo suas cargas furtadas são da MRS, que tem direito de passagem no trecho.

O problema dos furtos é antigo, ainda de acordo com o representante da VLI, mas desde 2020 tanto o número de ocorrências quanto o grau de organização dos envolvidos vêm aumentando. Para ele, esses aumentos são reflexo da valorização do ferro-gusa no mercado. 

Além dos prejuízos financeiros dos furtos, José Geraldo Azevedo destacou que as ações geram riscos à integridade física dos envolvidos, que podem cair dos vagões e ser atropelados pelos trens. Também podem levar a descarrilamentos e tombamentos que estendem os riscos aos funcionários das ferrovias e aos moradores das comunidades do entorno.

Migração de furtos

A atuação das Polícias Civil e Militar estariam, de acordo com os convidados, ajudando a conter os problemas na região, porém os furtos estariam migrando para outras áreas, como Betim. Nesse sentido, o delegado Kleyverson Rezende explicou que, para inibir as ocorrências sem gerar sua migração para outras regiões, é necessário prender os receptadores e que as investigações estariam caminhando para isso.

Ele explicou que há três núcleos de atuação dos grupos criminosos. As pessoas em cima dos vagões, jogando o ferro-gusa para fora, seriam os chamados “formiguinhas”. Depois, há os intermediários, que buscam, em carros pequenos, o ferro-gusa para entregar aos compradores. Esses últimos são os receptadores.

Esse material vai parar em siderúrgicas, porque é lá que ele é transformado em lingote de ferro. São as pessoas envolvidas nessa compra que precisam ser localizadas”, disse o delegado. Segundo ele, em cinco meses de investigação, já foram realizados quatro autos de prisão em flagrante e já foram recuperadas 60 toneladas de ferro-gusa. Resta, agora, prender os receptadores, o que já estaria próximo, dado o avanço das investigações.

O deputado João Leite (PSDB), autor do requerimento que deu origem à reunião, agradeceu o empenho das autoridades para resolver a questão e salientou a importância de se garantir a segurança das ferrovias para que novos investimentos na área possam ser feitos em Minas Gerais.

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