Prefeito de Ipanema é denunciado por furar fila da vacinação contra a Covid-19
REDAÇÃO – O Ministério Público de Minas Gerais denunciou por crime de responsabilidade o prefeito de Ipanema por desvio de vacinas contra a Covid-19. O prefeito e sua mulher foram vacinados nos dias 19 de janeiro e 1º de fevereiro, respectivamente, antes dos profissionais de saúde da linha de frente do enfrentamento do coronavírus.
A apuração começou após denúncia anônima e a vacinação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Ipanema. Ele e a mulher são dentistas, mas as edições do Plano Nacional de Imunização e dos Informes Técnicos da Campanha contra a Covid, em vigor na época em que eles foram vacinados, instituiu uma ordem de imunização dos trabalhadores de saúde, com prioridade para os que estavam envolvidos no atendimento aos casos suspeitos e confirmados da doença.
Segundo a Denúncia, da Procuradoria de Justiça Especializada no Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais, quando o fato foi divulgado o prefeito decidiu vacinar os demais dentistas e auxiliares da cidade, desrespeitando, novamente, a orientação técnica de prioridade.
De acordo com o IBGE, a população estimada de Ipanema, em 2020, era de 20 mil pessoas. A cidade recebeu 60 doses na primeira remessa, no dia 19 de janeiro, mesma data em que o prefeito foi vacinado, e 258 na segunda, no dia 29 de janeiro. O município tinha 159 pessoas, que necessitariam de 318 doses, no grupo que deveria ser imunizado prioritariamente, de acordo com a Denúncia apresentada.
A pena prevista para o crime de apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio é de dois a 12 anos de reclusão.
PIC nº 0024.21.003793.3