Polícia Civil MG desmantela organização criminosa voltada ao tráfico interestadual
REDAÇÃO – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), mirando o desmantelamento de organização criminosa que atuava no tráfico interestadual de drogas, prendeu, ao longo de oito meses de investigação, 21 pessoas e apreendeu mais de 1,2 tonelada de pasta base de cocaína, que alimentaria o comércio de drogas em Belo Horizonte, na Região Metropolitana da capital e no Rio de Janeiro.
Conforme destacou o superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, delegado Márcio Nabak, a operação Saxa Montis, deflagrada nessa quinta-feira (8/7), resultou na maior apreensão de drogas pela PCMG nos últimos anos. “Foi uma grande operação, pela qual pudemos tirar de circulação criminosos que também estavam envolvidos com homicídios e roubo a bancos”, ressaltou.
Ao longo das investigações, que contaram com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a PCMG obteve da Justiça a decretação de prisão preventiva para 34 suspeitos, sendo que 13 estão foragidos. Dos presos, três deles são apontados como líderes da organização criminosa, com atuação em Minas e São Paulo.
Descapitalização
Durante a operação de ontem, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão, somando mais de 60 medidas cautelares, em Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa, Esmeraldas, Jaboticatubas, Ibertioga e na cidade paulista de Mogi das Cruzes, onde um dos líderes do grupo vivia com alto padrão de luxo.
Conforme informou o delegado responsável pelas investigações, João Francisco Barbosa Neto, da 1ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), a Justiça decretou o sequestro de 60 veículos de luxo, avaliados em R$ 6 milhões, dos quais 30 já foram apreendidos.
Quatro imóveis de luxo, no valor total de R$ 10 milhões, também foram bloqueados pelo Poder Judiciário. “Um dos efeitos mais importantes dessa grande operação é justamente a descapitalização dessa organização criminosa, de modo que, agora que grande parte dos membros está presa, esperamos que sejam condenados nos vários crimes sob investigação”, explicou Barbosa, ao adiantar que ativos financeiros bancários também foram alvo de bloqueio judicial.
A investigação
A investigação conduzida pelo Deoesp apontou que a organização criminosa tinha ramificações nos estados de Minas Gerais — especialmente Belo Horizonte e Região Metropolitana —, São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com Barbosa, grande parte da droga apreendida, inclusive, tinha como destino o Complexo da Maré, para fomentar o narcotráfico no estado carioca.
“Conseguimos mapear as funções dos membros do grupo criminoso e descobrimos a rota do tráfico que estavam utilizando. A droga vinha do exterior, passando pelo Mato Grosso, até chegar na capital mineira, onde então era distribuída nos aglomerados e, em seguida, era depositada em cidades da Região Metropolitana, como Vespasiano, de onde seguia, via terrestre, para o Rio de Janeiro”, detalhou o delegado, destacando que os suspeitos preferiam rotas alternativas para evitar serem surpreendidos com os carregamentos ao longo de rodovias estaduais e federais.
Presos
Ainda segundo o delegado, a maior parte dos presos é mineira, sendo que alguns nunca haviam sido presos anteriormente. “Muitos deles estariam gerenciando o tráfico durante décadas, inclusive”, pontuou. Dentre os detidos, estão duas mulheres e parte de núcleos familiares que se associavam com o tráfico de drogas.
As investigações continuam para a prisão dos foragidos, um deles também apontado como gerente do tráfico.