O desperdício nosso de cada dia. Em 2020, 26,3 milhões de toneladas de comida foram desperdiçadas
REDAÇÃO – Conforme relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2020″, elaborado pela FAO, mais de 820 milhões de pessoas no mundo passam fome nos dias atuais, e essa população de famintos tem aumentado nos três últimos anos seguidos.
Na América Latina e Caribe, mais de 47 milhões de pessoas não tinham o que comer em 2020, ocorrendo ainda um grande risco de agravamento destes números, já que não consideram o impacto da crise econômica agravada pela pandemia de Covid 19.
Por outro lado, o relatório sobre “Desperdício e Perda de Alimentos” do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, publicado no último mês de março, informa que mais de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, ou 33% de tudo que foi produzido no mundo, foram parar no lixo em 2019.
No Brasil, 26,3 milhões de toneladas de comida foram desperdiçadas em 2020. Conviver com a contradição entre a fome e o desperdício é algo muito desconfortável e que deve nos mobilizar para reverter este cenário. Não se pode ficar insensível a isso.
Devemos perceber que, além da fome, que, por si só, é uma das principais mazelas da sociedade, com o desperdício de alimentos ocorrem perdas de todo um sistema de produção como água, energia, mão-de-obra, além de gerarem mais lixões e emissões que causam o efeito estufa.
Precisamos, o quanto antes, olhar à nossa volta e enxergar as desigualdades em que vivemos. Precisamos rever hoje nossos hábitos de consumo e reduzir os nossos desperdícios. Precisamos ter políticas públicas para amenizar tão grave questão e, para isso, não podemos nos dar ao luxo de também desperdiçar nosso principal instrumento de nossa cidadania, o voto. Esse é um desafio árduo para nossa sociedade, mas, precisamos acreditar que seja possível.
- Com a colaboração de Emiliano Lobo de Godoi é Diretor Geral de Extensão e coordenador do Programa Sustentável da Universidade Federal de Goiás; https://capitalpolitico.com/