Mulheres seguem rompendo barreiras no mercado de trabalho e se destacam em áreas masculinas
O Dia Internacional da Mulher é uma importante oportunidade para dar visibilidade às conquistas femininas frente à sociedade. Uma delas é o constante avanço da mulher no mercado de trabalho, seja ocupando posições operacionais que anteriormente eram exclusivamente realizadas por homens ou alcançando papéis estratégicos dentro das empresas, em cargos de liderança, e se destacando em ambas as situações. São muitas as histórias de superação e, nas unidades da Aperam South America e Aperam BioEnergia em Minas Gerais, algumas delas sobressaem.
É o caso da operadora siderúrgica Jéssica Fernandes, 30, que é a primeira mulher da história da Aperam South America a integrar a equipe de um Alto-Forno. Há poucos meses ela passou por um processo seletivo onde concorreu apenas com homens e realizou seu sonho de trabalhar na empresa. “Meu caminho para a siderurgia não foi uma linha reta, após o ensino médio busquei cursos em outras áreas, como a administrativa onde a atuação das mulheres é mais comum e aceitável, mas foi no curso técnico de metalurgia que me encontrei de fato com a profissão”, conta Jéssica.
Na sua trajetória, a operadora teve passagens por outras empresas do segmento que possuem ambiente majoritariamente masculino e não teve receio de abraçar o desafio de ser pioneira na Aperam. “Desde que nasce, a mulher é muito cobrada. Temos que fazer sempre mais que os homens para mostrar nossa capacidade. Não podemos fazer igual, temos que fazer melhor. Por isso, quero que a minha história aqui abra caminho para outras mulheres nessa área, quero fazer a diferença, pois acredito que podemos fazer o que quisermos. Estamos longe de ser um sexo frágil”, ressalta a operadora.
Jessica atua em uma equipe com três outros homens, além do gerente do setor, e se sentiu muito acolhida no ambiente proporcionado pela Aperam. A contratação da profissional faz parte de um amplo programa de “Inclusão com Diversidade” realizado pela Empresa em todas as suas operações. De acordo com Rodrigo Heronville, diretor de RH, Comunicação, Inclusão e Diversidade da Aperam, o pioneirismo da empregada na equipe do Alto-Forno passa por uma mudança de mindset e um olhar voltado para a diversidade que vem sendo trabalhado pela Aperam nos últimos anos e, especialmente em 2020, de uma forma ativa. “A ideia de buscar uma mulher para o setor veio do gestor da área e a iniciativa foi muito bem recebida pelas lideranças. É esse tipo de olhar que estamos buscando despertar nos nossos empregados para que possamos caminhar, cada vez mais, para ser uma empresa mais inclusiva, diversa e sustentável. Acreditamos que a troca de experiências entre pessoas diferentes, que têm visões de mundo distintas, faz parte da aprendizagem e contribui para o crescimento dos profissionais e, consequentemente, da Empresa”, pontua Heronville.
Com a chegada da operadora, a Empresa precisou investir, ainda, em uma adaptação da infraestrutura de banheiros e vestiários disponibilizados aos empregados do setor. “A Aperam teve que adaptar seu espaço físico na área para incluir essa separação entre “masculino e feminino”, que não existia até então, e eu pude desempenhar meu trabalho com tranquilidade. Vejo isso como reflexo do empenho da empresa e acredito que é só um primeiro passo nessa mudança que ela está se propondo”, completa Jéssica.
“Mulheres da Produção de Carvão”
A manutenção de fornos (reboco, reparos, construção, etc), que demanda habilidades específicas, é um serviço realizado somente por homens, correto? Errado! Na Aperam, as atividades possuem características para serem realizadas tanto por homens quanto por mulheres. Como é o caso da Patrícia Fernandes, primeira mulher a ocupar o cargo de Supervisora da Manutenção de Fornos e Infraestrutura das UPER’s (Unidades de Produção de Energia Renovável) da Aperam BioEnergia. No ano passado, ela foi a responsável pela criação do projeto “Mulheres da Produção de Carvão”, que consiste na contratação de mulheres para esse trabalho de manutenção de fornos. “Antigamente todo o serviço dessa área era realizado por homens e, quando tivemos dificuldade na mão de obra masculina, tive a ideia de lançarmos o desafio para as mulheres. No início foi difícil, mas em novembro de 2020 tínhamos 8 mulheres no setor e, hoje, já somos 20, 16 em Itamarandiba e 4 em Capelinha”, comemora.
Patrícia trabalha na empresa há 17 anos, iniciou sua trajetória como auxiliar de produção, depois concluiu o curso superior, tirou carteira e passou no processo seletivo interno para atuar na expedição do carvão e foi a primeira mulher a trabalhar em uma UPER, até chegar no cargo que ocupa hoje, de Supervisora.
“Eu tenho muito orgulho desse projeto e hoje eu vejo que as mulheres começaram a estimular umas às outras a participarem da iniciativa. Tenho mais de 500 currículos de mulheres que têm interesse no trabalho. Tudo começou quando percebi que conseguiria realizar esse tipo de trabalho e eu quis levar essa realidade para outras mulheres. Em nossa região temos poucas oportunidades de trabalho com carteira assinada, então esse projeto proporciona uma melhor qualidade de vida para essas mulheres. Ainda tenho o sonho de inserir a mão de obra feminina em outros serviços como operação de máquinas, motorista de caminhões e carretas e, levar mais oportunidades para que elas possam estar presentes no agronegócio”, finaliza.
Vidas transformadas
Uma das premissas da Aperam BioEnergia é proporcionar o desenvolvimento social e econômico nas regiões em que atua, no Vale do Jequitinhonha, além de promover a inclusão com diversidade. Nesse sentido, o projeto “Mulheres do carvão” vai ao encontro dessa missão na medida em que transforma a vida das pessoas e melhora a qualidade de vida da comunidade.
Este é o caso das três irmãs Patrícia, Letícia e Betícia, que hoje atuam como ajudantes no setor de Manutenção de Fornos da Aperam BioEnergia, em Itamarandiba. O que todas elas têm em comum é que estavam em busca de uma oportunidade de emprego e, graças ao projeto, puderam ter melhores condições de vida. Patrícia Santos Honório, de 34 anos, foi a primeira das irmãs a ingressar no projeto, que participa desde novembro do ano passado. “O trabalho mudou a minha vida, hoje tenho um salário, carteira assinada e ajudo na renda de casa. Eu me sinto valorizada por ter sido selecionada, faço o meu trabalho bem feito, nunca sofri preconceito por ser mulher e me adaptei muito rápido”, afirma.
E quem também se adaptou rapidamente foi Betícia Santos Honório, de 26 anos, que trabalha na área há dois meses. “Sustento a minha casa sozinha, é só minha filha e eu, estava desempregada e precisava muito de um emprego, então ter sido selecionada para trabalhar na Aperam foi muito importante para mim, aqui eu tenho a oportunidade de aprender muito sobre este universo. Muita gente disse que eu não conseguiria por conta da natureza do serviço, mas consegui e espero continuar”, comenta.
Para Letícia Santos Honório, de 32 anos, que estava desempregada há mais de cinco anos, essa foi uma oportunidade de mudança de vida. “Eu estou muito feliz de poder contribuir para o desenvolvimento da empresa, me senti valorizada profissionalmente quando recebi a notícia de que tinha sido selecionada”, diz. E quando perguntada sobre as habilidades para o trabalho, ela brinca: “a atividade até que é tranquila e eu tiro de letra! Os colegas nos apoiam muito também, eles têm muita boa vontade de ajudar quando é preciso”, finaliza.