sexta-feira, novembro 22, 2024
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Golpe do “Cartão Cortado” limpa as contas corrente e poupança de aposentada de Timóteo

TIMÓTEO – O golpe do cartão cortado ou clonado não é novo, mais ainda faz muitas vítimas, principalmente entre os idosos. Os golpistas têm um padrão de comportamento com poucas variantes. Normalmente iniciam o golpe com uma ligação para o telefone fixo da vítima. Identificam-se como funcionários de instituição financeira ou de administradora de cartão de crédito e questionam sobre uma compra ou saque não feito pelo cliente. A partir daí dizem que há suspeita de clonagem do cartão. Alguns vão direto ao assunto e dizem que estão verificando suspeita de clonagem do cartão, sem questionar compras ou saque.

Educados, gentis e persuasivos, eles vão induzindo as vítimas a fornecerem os dados bancários, inclusive senhas e o CVV (código de segurança que fica no verso do cartão), se demonstram disponíveis a solucionar todos os problemas que dizem existir. É nesta hora que as vítimas começam a cair no golpe.

Aproveitando-se da pandemia da Covid-19, período em que os idosos devem sair de casa somente quando imprescindível, os estelionatários dizem estar preocupados com a saúde das vítimas por isso oferecem o serviço. Pedem para elas cortarem o cartão, sem danificar o chip e entregar para um mensageiro que irá buscá-lo em sua residência. De posse do cartão com o chip intacto, os criminosos realizam saques e compras e a vítima só toma consciência de que caiu em um golpe quando já perdeu dinheiro.

Foi o que aconteceu nesta quinta-feira (7) no bairro Ana Rita, na cidade de Timóteo (MG) com uma aposentada. A rotina do seu dia começava sem novidades, até que o telefone fixo tocou e uma pessoa com voz feminina, jovem, segundo ela, começou a fazer perguntas para em seguida se identificar como funcionária da Caixa Econômica Federal de Timóteo.

A golpista pediu para que a aposentada picasse o cartão sem danificar o chip, que em seguida um funcionário da agência iria buscar em sua residência. Quando o suposto funcionário da Caixa chegou na residência da aposentada, devidamente uniformizado e com o crachá, foi até convidado para entrar, mas gentilmente informou a aposentada que o protocolo do banco não o permitia adentrar nas residências.

A partir daí o caso se desenrolou desfavorável para a aposentada, que teve o seu pagamento do mês roubado da sua conta, além da subtração de uma quantia vultuosa da sua conta poupança. Um membro da família informou à reportagem do JBN que a quantia roubada pode ultrapassar R$ 50 mil reais.

O caso foi registrado pela Polícia Militar de Timóteo. A Polícia Civil está a procuro dos golpistas. Advogados da família já acionaram a Caixa Econômica para que a mesma faça o rastreamento do dinheiro, visto que segundo informações da família, houve um processo de transferência de valores.

NUNCA DEVOLVA O CARTÃO NEM INFORME A SENHA

É importantes esclarecer que os bancos e administradoras de cartão de crédito nunca pedem a devolução do cartão inutilizado ou com data de validade vencida, não pedem também para o cliente enviar senhas e/ou outros dados bancários por mensagens de WhatsApp ou SMS, telefone e nem para digitá-los no telefone.

CARTILHA “GOLPE, SÓ SE FOR NOS CRIMINOSOS”

Para orientar a população e dar dicas de prevenção contra os golpes, a Polícia Civil de Minas Gerais publicou no passado a cartilha “Golpe, só se for nos criminosos”. Com linguagem simples e direta, a cartilha apresenta 16 tipos de golpes, nas modalidades presenciais, pela internet e os praticados por telefones, seguidos de orientações e dicas de como prevenir e agir em cada caso.

Além de não fornecer dados por telefone, a Polícia Civil, por meio da cartilha, orienta as pessoas que receberem telefonemas com informações de cartão clonado, a desligarem o telefone e consultar o gerente do banco sobre a existência de alguma irregularidade na conta. Outra orientação é sobre a destruição do cartão, caso necessário. Ele deve ser cortado em várias partes e o chip nunca deve ficar intacto, deve ser cortado também.

É QUASE IMPOSSÍVEL RECUPERAR O DINHEIRO

Não permita que o estelionatário chegue até você, pois uma vez o golpe consumado é quase impossível reaver o dinheiro. Nos casos do golpe do cartão clonado ou cortado, há abuso da boa-fé e da inocência das vítimas que entregam o cartão e a senha para terceiros, o que praticamente exime de responsabilidade as instituições financeiras e administradoras de cartão de crédito. Esses casos são da esfera criminal e não são alcançados pelo direito do consumidor, exceto em raríssimas situações em que ficar configurado que houve quebra de segurança.

 

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