quinta-feira, novembro 21, 2024
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ARTIGO: É preferível perder o ano letivo, a perder a vida

ARTIGO

A administração municipal quer reabrir nossas escolas. Vejo isso como atitude insensata de uma administração que quer fazer de Coronel Fabriciano um laboratório. É muito perigoso, pois talvez seremos a única cidade no mundo a reabrir escolas com aulas presenciais em tempos de pandemia.

Frente a isso, temos que fazer algumas reflexões. Não queremos de maneira absoluta ser simplesmente contra a decisão do voltar às aulas. Porém, para que esse retorno aconteça de maneira segura, algumas providências devem ser tomadas. E nós, trabalhadores, teríamos que saber quais seriam elas.

Entendo que, primeiro, teria que se fazer teste em todos nós funcionários da Educação e nas crianças também. Verificar a existência de EPI’s suficientes para os trabalhadores e alunos, pois sabemos que o coronavírus contamina-se pela respiração, pelo contato pessoal e também o contato em superfície.

Então, teríamos que saber qual estudo científico que garante que estas crianças não levariam o vírus para casa e, assim, correndo-se o risco de contaminar toda a família. Infelizmente, se não tivermos o cuidado em mantermos o isolamento horizontal para evitar o pico da doença é possível falar com tranquilidade que o prefeito está fazendo de Coronel Fabriciano um laboratório, com consequências imprevisíveis.

Será que vamos ter que aceitar isso assim, sem fazer nada!? Lamentavelmente, nosso Sindicato está omisso e ausente em pauta tão fundamental para a categoria. A gente não está podendo contar com muita gente. Aqui faço uma distinção: o vereador Marcos da Luz tem sido um guerreiro na defesa da saúde e da vida da população fabricianense.

Precisamos nos unir e pensar em alguma saída. Senão, seremos a primeira cidade do mundo a voltar com aula presencial, em tempos de pandemia, com o Brasil morrendo cerca de 800 e tantas pessoas por dia. Estamos no escuro, sem saber o que vai acontecer de fato.

Na verdade, muitos professores não darão conta de ficar quatro horas com máscara no rosto. Gera dificuldade de respiração e leva a cabeça doer. E se muitos adultos não conseguem usar a máscara direito, por muito tempo, imagina as crianças. É uma situação complicada!

Logo o prefeito que é médico agindo desse jeito! A única cidade do mundo que vai voltar com aula presencial. Precisamos correr atrás, antes que seja tarde demais. Não sabemos nem como serão os procedimentos na sala de aula, o distanciamento necessário e a aglomeração. Como vamos proceder? Só Deus mesmo!

As crianças são assintomáticas, podem pegar o vírus e passar para outros. Dentro de casa já é difícil controlar as crianças. Imagina estas crianças dentro da escola? Num primeiro caso que aparecer de coronavírus na rede municipal, o governo pode querer responsabilizar os professores, justificando que fomos preparados para poder orientar as crianças para que não aja este contato, aglomeração.

Depois, se acontecer algum caso, o prefeito vai dizer que “eu orientei todos os professores, coloquei pessoas nas escolas para poder ajudar, então se o houve alguma coisa foi deslize de algum deles”. E quem vai responder a processo? Nós professores. Então, de antemão, devemos nos precaver.

Se a prefeitura vier a dar máscaras para as crianças elas vão tirar, vai por mão, vai sujar, não vai conseguir ficar com a máscara integralmente. Isso é normal com a educação infantil! Outra coisa, vamos ter que chegar ao ponto de sermos ríspidas, na condição de não tocar nestas crianças. E eles tem a necessidade do contato físico. E nós não vamos poder de forma alguma tocar nestas crianças. Eles não vão conseguir entender esta falta do toque. E eles também não vão conseguir entender que não podem se tocar. Imagina as brincadeiras durante o recreio!

Além disso, após o recreio não tem sabonete líquido e álcool gel para os alunos fazerem assepsia das mão. Eles retornam do recreio, vão direto para o bebedouro e bebem água sem lavar as mãos. Isso acontecia antes da quarentena. Quem garante que será diferente após o retorno das aulas?

As escolas não podem ser reabertas de forma alguma, pois não se tem sequer material de limpeza como: sabão em pó, desinfetante, álcool gel ou líquido e principalmente água sanitária. Os utensílios da cozinha não recebem a devida assepsia e são compartilhados por todos, todos os dias. As aulas retornando estaremos comprometendo muitas vidas.

Ademais, sinceramente, não entendemos a pressa para o retorno das aulas presenciais, tendo em vista que o prefeito tem gastado muito dinheiro, cerca de R$ 7 milhões, para manter um sistema de ensino que oferece aulas online e que poderia estar sendo usado.

Bom, estas são algumas das situações pelas quais sou contrária a reabertura das escolas em plena pandemia. Estamos todas assustadas com este retorno. E devemos tomar outras medidas para ajudar as crianças a ter aulas em casa. Continuemos juntas e firmes na luta, em defesa da educação, da saúde e da vida!!!

Forte abraço!

Elisete Alves Pereira Novaes

Professora da rede municipal de ensino de Coronel Fabriciano

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Um comentário sobre “ARTIGO: É preferível perder o ano letivo, a perder a vida

  • Muito bem,querida colega, parabéns por ensejar, neste texto reflexões tão urgentes e necessárias destemidamente.Isto também é ser Educadora.
    Fico perplexa com as Irresponsabilidades dos gestores da nossa querida cidade.Não PODEMOS nos calar em hipótese nenhuma.
    Abraços saudosos.

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