Retorno gradual dos serviços odontológicos prioriza necessidades inadiáveis e critérios de risco
Redação – De forma gradual e segura, os serviços odontológicos em Minas Gerais estão voltando, dando prioridade ao atendimento eletivo (agendado) a pacientes de acordo com critérios de risco, com necessidades inadiáveis e que tiveram atendimento suspenso por conta da covid-19. No entanto, isso não quer dizer que os cuidados com a saúde bucal devem ser negligenciados, tampouco a procura pelos cirurgiões-dentistas deve ser evitada.
Neste domingo (25/10), quando é celebrado o Dia Nacional da Saúde Bucal, a recomendação é manter os cuidados de higiene bucal e, em caso de necessidade inadiável, procurar assistência.
Desde o início da pandemia, quando as consultas odontológicas eletivas foram suspensas, muito foi dito sobre os riscos que envolvem os profissionais, pacientes e os procedimentos odontológicos na disseminação do novo coronavírus. Por isso, os serviços passaram a atender somente os casos de urgência e emergência.
A suspensão dos atendimentos eletivos, segundo alerta a coordenadora de Saúde Bucal da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Fernanda Vilarino Jorge, “pode ter agravado os problemas dentários em muitas pessoas que tiveram atendimento suspenso ou que deixaram de procurar assistência por medo da infecção pelo novo coronavírus”.
Atualmente, com a melhora do cenário epidemiológico da covid-19 no estado e, consequentemente, com a entrada da maioria das macrorregionais na Onda da Verde do plano Minas Consciente, os atendimentos eletivos estão de volta e os usuários com maior risco ou com uma necessidade inadiável serão agendados.
“Os atendimentos odontológicos eletivos ficaram meses suspensos e agora retomarão de forma gradual. Para organizar a demanda acumulada no SUS por causa da pandemia, será priorizado aqueles pacientes com alguma necessidade inadiável ou com algum critério de risco que necessite de intervenção. Mas ninguém deve deixar de buscar assistência em caso de alguma urgência”, comenta Fernanda, destacando que esse retorno está sendo feito considerando os protocolos de biossegurança e medidas de proteção para proteger profissionais e pacientes.
PRIORIDADES
Pacientes que estavam em atendimento antes da pandemia, que apresentam a doença de cárie ou doença periodontal, são prioridade, assim como aqueles com necessidades inadiáveis. E a atenção com os mais suscetíveis às complicações do novo coronavírus continua, conforme decisão em conjunto entre paciente e usuário.
“Pacientes que fazem parte do grupo de risco para a covid-19 devem procurar atendimento só em casos de urgência ou emergência, caso contrário, devem postergar esse atendimento, mas essa decisão deve ser compartilhada entre paciente e usuário ”, avisa Fernanda.
Nas listas dos procedimentos que não podem esperar está, por exemplo, consulta para adaptação de uma prótese, para avaliar alguma dificuldade de se alimentar por conta das condições bucais, estabilização de cárie e doença periodontal. “As pessoas devem procurar entrar em contato remoto com as unidades básicas de saúde de suas cidades. Esse atendimento vai verificar se é necessário, ou não, se o atendimento é de urgência ou com uma necessidade inadiável ou se usuário apresenta risco ”, explica.
CUIDADOS
Os cuidados com a saúde bucal devem ser constantes, principalmente neste momento em que os atendimentos ainda não voltaram completamente. Assim, o uso de máscaras não pode favorecer a negligência com a saúde da boca.
Fernanda reforça que a higiene bucal deve ser feita sempre após as refeições. “Quem usa prótese não deve deixar de fazer a higienização, lembrando que o uso de dentifrício pode desgastá-la e o correto é o uso de escova e sabão neutro.”
A higiene bucal correta, observando a limpeza dos dentes e da língua, pode evitar o agravo de problemas sistêmicos, previne quadros inflamatórios, infecções pulmonares (como pneumonia por aspiração). “A pneumonia por aspiração tem alta taxa de mortalidade e pode prejudicar a recuperação do paciente. Ela acontece quando os microrganismos se disseminam da cavidade oral para outras regiões do corpo, como o trato respiratório”, avisa Fernanda.
Ela cita ainda outros problemas que a falta de uma higiene correta pode trazer, como perdas dentárias, cáries, infecções periodontais, entre outros. Em gestante, por exemplo, a falta de cuidados pode estar associada ao parto prematuro, baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia. “A prevenção é a melhor forma de se cuidar. Por isso, essas medidas nunca devem ser negligenciadas para prevenir alterações dentárias e gengivais”, conclui.