Deputados e moradores pedem ações emergenciais para atingidos pelas chuvas
Redação – O grito de socorro, reclamações de abandono e o pedido de ações urgentes para as pessoas afetadas pelas fortes chuvas deram o tom da audiência pública realizada nesta quinta-feira (06), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. A reunião foi solicitada pela presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, Rosângela Reis (Podemos), e pelo deputado Carlos Henrique (Republicanos), e levou autoridades de diferentes órgãos do Estado para debater o tema.
Representantes de comunidades atingidas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) contaram os relatos dos dramas sofridos, com perdas de vidas e de todos os bens materiais com as enchentes e deslizamentos de terras.
O presidente da Associação de Moradores e Empreendedores da Vila Betânia, Gladson Reis, mostrou pedras de minério de ferro que foram encontradas dentro das residências inundadas na comunidade com a cheia do Ribeirão Arrudas. Ele relatou o drama dos atingidos e pediu para que seja iniciada uma investigação pelo Ministério Público para averiguar a origem dos minérios.
Com a audiência, também foram protocolados requerimentos para a doação, por parte do Governo do Estado, da Cemig e da Copasa, de doação de eletrodomésticos, reparação de estradas e pontes e outras ações emergenciais nos municípios atingidos. Também foi solicitado que para as obras de restauro da avenida Tereza Cristina, em Belo Horizonte, seja dada a preferência de contratação de mão de obra para trabalhadores locais das regiões afetadas.
Em função dos estragos, a Cemig e a Copasa anunciaram que vão dar três meses de gratuidade nas contas para os atingidos pelas chuvas.
A deputada Rosângela Reis lamentou as perdas das vidas diante das chuvas. Ela também relatou a preocupação com os recursos públicos que chegarão para ajudar nos reparos dos danos e da dificuldade das cidades menores.
“Queremos que os recursos sejam melhores distribuídos e olhem os municípios pequenos também. O problema é grave, mas temos que encontrar soluções para resolver esse reparo. Estive em alguns municípios e a Assembleia tem um papel importante e pode contribuir muito para evitar novos danos com as chuvas”, afirmou a deputada.
Números das chuvas
Durante a audiência, representantes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros apresentaram números das corporações relacionados aos atendimentos.
Segundo a Defesa Civil Estadual, desde 24 de janeiro são 53.169 pessoas em Minas desabrigadas ou desalojadas e tiveram que deixar suas casas. Ao todo, 196 municípios em Minas Gerais decretaram situação de emergência por causa do impacto das chuvas neste ano, sendo que cinco declaram calamidade pública. Além disso, o estado registrou 58 óbitos por inundações e deslizamentos desde entre 24 de janeiro e 05 de fevereiro deste ano, totalizando 69 mortes no período chuvoso iniciado em outubro de 2019.
As chuvas que atingiram Minas no fim de janeiro ultrapassaram em quase três vezes a média histórica para o mês, chegando a mais de 800 milímetros, batendo o recorde desde que as medições foram iniciadas, há 110 anos.