OPINIÃO: Black Friday não é fraude, é “tudo pela metade do dobro”
Redação – O brasileiro é um desconfiado por natureza. No Brasil a Black Friday começou em 2010 e, como estamos acostumados a ver, a história é bem diferente. De fato, é um claro exemplo de boa parte do que há de errado em nosso país. Preços inflados e depois descontados (também conhecido como “tudo pela metade do dobro”), fretes mais caros do que os próprios produtos, sistemas que saem do ar, vendas de quantidades maiores do que há no estoque, e muitos, mas muitos outros tipos de problemas.
O que é uma Black Friday de verdade? É a última sexta-feira de novembro, logo após o feriado de Ação de Graças, quando grandes lojas de departamento promovem uma liquidação. Isso nos Estados Unidos. Pessoas fazem filas nas portas das lojas, filas dignas de usuários de iPhone no primeiro dia de vendas de um modelo novo. Imagine descontos de 80% combinados com pessoas que guardam dinheiro para aproveitar esses descontos meses antes do dia oficial e começamos a entender o motivo de tanta ansiedade.
Veja, em 2013 desconfiados da tal Black Friday, vivemos uma situação um pouco diferente. Consumidores comuns, voluntariamente monitoraram o preço de alguns produtos durante a semana, assim como alguns sites grandes criaram páginas dedicadas exclusivamente a detectar fraudes. Funcionou? Claro que não. Mesmo que algumas “promoções” tenham sido desmascaradas, a história foi basicamente a mesma.
É errado chamar o nome de Deus em vão, mas MEU DEUS. Lojas, é o seguinte: se um consumidor estava de olho em um smartphone e tem amor pelo seu dinheiro, ele sabe quanto o aparelho custa sem promoções. Não adianta inflar e depois desinflar o valor e achar que vai vender horrores. Não rola. Qualquer usuário que assine a newsletter de uma loja sabe que, muitas vezes, os preços sem Black Friday são até menores.
Exemplos foram dados, mas a ideia geral é que não existe Black Friday no Brasil. Até porque nos EUA ela acontece após o feriado de Ação de Graças, que nem existe em nosso calendário. Hoje é apenas uma sexta-feira qualquer, nem há motivo para a escolha da data. É apenas mais algum caso de uma cópia mal feita do que acontece em outros países, como uma criança de oito anos fazendo uma cópia à mão de Mona Lisa.
Excelente matéria!!!
Boa tarde Rafaela.
A editoria do JBN se orgulha me tê-la como leitora.
Grande abraço e continue nos prestigiando.
Paulo César Reis (PCReis) –
Jornalista/Editor