sexta-feira, novembro 22, 2024
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A professora e ativista da educação, Cida Lima (PT), propõe mandato aberto e em diálogo constante

Cida Lima avisa que toda e qualquer política com o objetivo de atingir os direitos civis e democráticos, retirar conquistas e prejudicar os trabalhadores e trabalhadoras será combatida de forma veemente.

Ipatinga –  A professora e ativista da educação, Cida Lima (PT), eleita vereadora com 1.734 votos, a votação mais expressiva entre as mulheres que vão integrar a nova bancada feminina da Câmara Municipal de Ipatinga, avalia que depois da posse em 1º de janeiro, seu mandato terá muito trabalho pela frente. “Temos instalada em nossas cidades, uma crise social decorrente do avanço da onda ultraliberal, em nosso país, manifesta na fragilização das políticas públicas e na ampliação das desigualdades sociais”, diz ela.

Desde já, Cida Lima avisa que toda e qualquer política com o objetivo de atingir os direitos civis e democráticos, retirar conquistas e prejudicar os trabalhadores e trabalhadoras será combatida de forma veemente da tribuna da Câmara. “Enfrentaremos e seremos oposição aguerrida contra qualquer ameaça aos direitos do povo e a suas conquistas”, adianta.

A educação, principal bandeira de seu mandato, deverá ser uma pauta constante. Um dos objetivos do mandato é fazer valer as metas do Plano Municipal de Educação. “Estamos atuando, permanentemente, em defesa da educação pública, de seu financiamento, da gestão democrática e da valorização de seus profissionais. Temos certeza de que essa luta será fortalecida por nossa atuação na Câmara Municipal de Ipatinga que inclui, sobretudo, a viabilização e concretização das conquistas representadas em metas do Plano Municipal de Educação, lei que precisa sair do papel”.

A partir da avaliação de que se instalou em Ipatinga “uma crise social decorrente do avanço da onda ultraliberal, em nosso país, manifesta na fragilização das políticas públicas e na ampliação das desigualdades sociais”, Cida Lima diz que as soluções para esta crise e seus perversos efeitos, sobretudo, para os grupos mais vulneráveis socialmente, só poderão ser encontradas na transversalidade e intersetorialidade das políticas públicas. “E é aí que reside nossa concepção de Educação, em seu caráter transformador”, sentencia.

JBNA partir do dia 1º de janeiro a senhora assume uma vaga na Câmara Municipal de Ipatinga como integrante mais bem votada da bancada feminina. Qual a sua expectativa em relação aos futuros colegas de Legislativo?

CIDA LIMA – Nossa expectativa é de que possamos constituir um legislativo que dialoga com toda população da cidade, que venha trabalhar com muita transparência e cumprir seu papel no que se refere às proposições de leis que garantam a todos/as o direito à cidade – ou seja: o acesso às políticas públicas, ao transporte, à educação, à saúde, à cultura.

JBNE quanto ao Executivo. Como pretende conduzir as relações com um governo marcadamente de direita, cujas propostas são diametralmente opostas às do Partido dos Trabalhadores e às suas próprias?

CIDA LIMA – Temos propostas e posicionamentos muito claros: constituiremos um mandato que será frente de lutas aos retrocessos sociais, trabalhistas e econômicos implementados pelo governo de extrema direita de Jair Bolsonaro. Faremos a defesa dos Serviços Públicos, dos trabalhadores, dos direitos à cidadania para todos e todas.

Nesse sentido, enfrentaremos e seremos oposição aguerrida contra qualquer ameaça aos diretos do povo e a suas conquistas.

Entendemos que no momento está em jogo o nosso futuro, enquanto classe trabalhadora e não daremos nenhum passo atrás! Seguiremos na construção de um mandato que se propõe, na origem, a organizar as lutas populares no legislativo municipal, enfrentando os desmandos do bolsonarismo e construindo juntos e juntas uma cidade melhor para todas e todos.

JBNA senhora se elegeu, também, como representante dos trabalhadores e trabalhadoras no ensino, é egressa das fileiras do SindUTE e tem um longo histórico de luta em defesa da educação. Quais desafios encontrará pela frente nesta área e como pensa em superá-los?

CIDA LIMA – Construímos nossa candidatura na expectativa de um mandato de representatividade das trabalhadoras e dos trabalhadores em Educação, com a proposição de organizar as lutas por direitos, contra os retrocessos nas políticas educacionais e aos mais diversos ataques que a educação vem sofrendo, especialmente nos últimos tempos. Estamos atuando, permanentemente, em defesa da educação pública, de seu financiamento, da gestão democrática e da valorização de seus profissionais. Temos certeza de que essa luta será fortalecida por nossa atuação na Câmara Municipal de Ipatinga que inclui, sobretudo, a viabilização e concretização das conquistas representadas em metas do Plano Municipal de Educação, lei que precisa sair do papel.

JBNAlgumas pautas e causas estão “órfãs” de representantes na Câmara Municipal de Ipatinga. Entre elas as questões ambientais, a causa animal, as políticas transversais de gênero e raça, por exemplo. A senhora pretende “adotá-las” ou vai manter o foco na educação?

CIDA LIMA – Na verdade, vemos na conduta dos atuais governos sérias ameaças ao conjunto de nossos direitos sociais. Nessa conjuntura adversa, faremos um mandato de muita luta em defesa das conquistas democráticas do povo.

Temos instalada em nossas cidades, uma crise social decorrente do avanço da onda ultraliberal, em nosso país, manifesta na fragilização das políticas públicas e na ampliação das desigualdades sociais.

Sabemos que as soluções para esta crise e seus perversos efeitos, sobretudo, para os grupos mais vulneráveis socialmente, só poderão ser encontradas na transversalidade e intersetorialidade das políticas públicas. E é aí que reside nossa concepção de Educação, em seu caráter transformador. É a partir desse entendimento que vamos pautar nossa atuação.

JBNEsta eleição parece ter apontado para um certo desejo de renovação. Inclusive muito se falou sobre formas diferentes de organização dos mandatos. Como a senhora pretende constituir seu mandato na Câmara de Ipatinga? Existem alguns modelos, como o mandato coletivo, em co-participação. A senhora tem alguma proposta neste sentido?

CIDA LIMA – Para nós é preciso mudar as práticas de atuação parlamentar e as formas de exercer o mandato representativo. Hoje a participação popular nas decisões do legislativo é quase nula. Tanto é assim, que muitas decisões contrariam os interesses sociais. Além disso, há pouquíssima transparência nos atos legislativos.

Através de um processo coletivo, construiremos o Estatuto do nosso mandato. Um documento público, de fácil acesso, que pautará os princípios éticos e regras de funcionamento transparentes do mandato. Esse documento também firmará nossos princípios como coletividade, transparência, igualdade e demais.

Defendemos que o modelo de gabinete seja horizontal, aberto e compartilhado. Que haja um conselho legislativo, formado por pessoas da sociedade, que apoiarão na tomada de decisões.

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