O Programa Mais Médicos do governo federal atrasa o pagamento dos profissionais
Em alguns municípios, os médicos estão dependendo de ajuda financeira de parentes e amigos para continuarem exercendo suas atividades
FABRICIANO – O desmonte do programa Mais Médicos pelo governo federal já está atingindo diversas regiões do País, entre as quais o Vale do Aço, onde o atraso no pagamento das bolsas, no valor de pouco mais de R$ 11 mil, está criando dificuldades para os profissionais e para o programa. Em alguns municípios, os médicos estão dependendo de ajuda financeira de parentes e amigos para continuarem exercendo suas atividades, já que não podem simplesmente abandoná-las e procurar outro emprego. Em Coronel Fabriciano, 12 profissionais passaram a integrar o programa no 16º ciclo (cada edital de chamamento de médicos é um ciclo e o último – o 17º – foi feito em dezembro, após a saída dos médicos cubanos).
SEM CRITÉRIO
O repasse das bolsas aos integrantes do programa, conforme prevê o edital deveria ser feito no 5º dia útil de cada mês, entretanto, o pagamento proporcional de dezembro só foi feito em 18 de janeiro para alguns médicos, outros não receberam até hoje. No caso dos médicos do programa em Fabriciano, o pagamento das bolsas está sendo feito sem nenhum critério, uns recebem, outros não. Além disso, o governo federal muda sem explicações as datas de pagamento, conforme informam as instituições bancárias responsáveis pelo recebimento da bolsa. Antes era dia 5, depois passou a ser dia 7 e agora é dia 12.
ESCRAVOS
Mais de 8 mil médicos cubanos que integravam o mais médicos deixaram o programa após declarações do presidente Jair Bolsonaro dizendo que eram “agentes da ditadura” ou “escravos do regime cubano” – porque parte da bolsa que recebiam através da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) era destinado ao governo da ilha.
As alegações do Ministério da Saúde, desde que os cubanos saíram do País, são que os atrasos nos repasses foram provocados pela dificuldade em operacionalizar os pagamentos após o fim do contrato com a OPAS. Atualmente, as alegações seguem as mesmas: “inconsistência de dados” e “organização do cadastro” dos novos profissionais que compõem o Mais Médicos.
NOTA DA PREFEITURA
Coronel Fabriciano possui hoje 20 médicos do Programa Mais Médicos. O Governo Federal é responsável pelo pagamento dos médicos e informou que os depósitos referentes ao mês de dezembro, do pagamento das bolsas-formação dos médicos integrantes do 16° e 17° ciclo do programa, foram realizados e não constam atrasos. O Ministério da Saúde informou ainda que os pagamentos referentes ao mês de janeiro já foram encaminhados e que estão aguardando a tramitação interna do Banco do Brasil.
Os médicos do Programa Mais Médicos atendem a população de Coronel Fabriciano mediante consultas de urgência e emergência e livre demanda, bem como através dos programas de saúde desenvolvidos dentro das Unidades Básicas de Saúde – UBS. Somando com os médicos do Programa, o município conta hoje com mais de 75 médicos para atender à população, dentre eles, Pneumologista, cardiologistas, cirurgiões gerais, dermatologistas, endocrinologistas, ginecologista, ginecologista PNAR, mastologista, nefrologista, neurologista, pneumologista, oftalmologistas, ortopedista, clínicos e psiquiatra.