LIRAa de Ipatinga aponta médio risco de infestação por Aedes Aegypti
Ipatinga – Com base em trabalhos de vistoria realizados por Agentes de Combate a Endemias (ACE’s) da Prefeitura de Ipatinga em 4.358 imóveis do município, no período de 7 a 11 de outubro, a Secretaria de Saúde divulgou nesta quarta-feira (16) o resultado de mais um Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa). A infestação larvária apurada na cidade é de 2,4%, ou seja, a cada 100 casas, lotes vagos e prédios públicos vistoriados pelos agentes em dois foram encontrados focos do mosquito transmissor das doenças como Dengue, Zika e Chikungunya.
Em relação à última sondagem, realizada em agosto deste ano, o município registrou um aumento de 0,8%. Conforme o Ministério da Saúde, o índice é considerado de alerta quando está entre 1% e 3,9%. A situação de surto ocorre quando o número é igual ou superior a 4%, e o índice satisfatório é abaixo de 1%. Os números mais preocupantes foram apurados nos bairros Cidade Nobre, Iguaçu, Esperança e Ideal.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Mara Fernanda Andrade, explica que “o aumento deste último LIRAa está relacionado à circulação do Aedes Aegypti no município em época atípica. O mosquito tem grande facilidade de se adaptar a locais e climas diversos, e é isso que vem acontecendo. Antes, somente se ouvia falar de doenças relacionadas com arborviroses no verão, entre os períodos de chuva. Agora temos registro de doenças em todos os meses do ano”, frisou.
Casos notificados
Em se tratando das notificações de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, o Departamento de Vigilância em Saúde registrou, até o início deste mês, 1.352 casos de Dengue, Zika e Chikungunya no município. Em 2018, no mesmo período, esse número foi de 5.913.
“Atribuo a queda significativa dos casos de doenças, de 2018 para 2019, à preocupação que a atual administração vem tendo para debelar os focos do vetor. O governo intensificou na cidade ações de limpeza, retirando milhares de toneladas de entulhos das vias públicas, limpando bocas de lobo, conscientizando famílias sobre a importância de se eliminar água parada nas propriedades, além de atuar com o trabalho de prevenção nas Unidades de Saúde, escolas, dentre outros serviços assistenciais”, citou a diretora Mara Fernanda Andrade.
Situação por área
Contudo, segundo análise feita pelos técnicos do Centro de Controle de Zoonoses de Ipatinga, os indicadores estão acima do limite máximo recomendado pelas autoridades de saúde em diversas regiões da cidade. A vistoria revelou os bairros que apresentaram maiores índices de infestação:
Bairros | Índice de Infestação Larvária |
Cidade Nobre e Iguaçu | 4,9% |
Esperança e Ideal | 4,8% |
Caravelas, Jardim Panorama | 2,9% |
Vila Celeste | 2,4% |
Bom Jardim, Ferroviários, Horto e área Industrial de Ipatinga | 2,3% |
Veneza | 2,1% |
Vagalume, Bethânia | 1,9% |
Limoeiro, Chácaras Madalena, Córrego Novo, Chácaras Oliveira | 1,5% |
Canaã | 1,2% |
O Departamento de Vigilância em Saúde informou que está programando para os próximos dias uma reunião com o Comitê de Arboviroses, que acontecerá na Unidade Básica de Saúde do Iguaçu, bairro que registrou um dos maiores índice de infestação. Na oportunidade, serão convocadas as lideranças comunitárias para traçar novas estratégias de combate ao mosquito na região.
Foco do mosquito
Durante a apuração, foi observado que os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti são vasos, pratos e bebedouros de animais (35,2%), seguidos de depósitos de água como barris, tambores, tanques e poços (26,9%). Muitos focos aparecem ainda em borracharias, nas calhas e lajes (16,7%).