Comissão de Saúde da Câmara de Ipatinga está preocupada com a queda no repasse de vacinas
Ipatinga– A Câmara Municipal de Ipatinga realizou na manhã desta segunda-feira (30) audiência pública sobre o relatório de gestão do 2º quadrimestre de 2019 referentes ao gasto com saúde no município. Mas o que acabou chamando a atenção foi a informação de que o município pode ficar sem algumas vacinas já nas próximas semanas. Isso porque, segundo representantes da Prefeitura, o Estado vem reduzindo o repasse de vacinas, o que pode comprometer programas de imunização em crianças e adultos.
“Nós estamos tendo que criar estratégias para minimizar perdas por falta de repasses quantitativos, o que compromete todas as unidades de saúde”, disse Érica Dias de Souza Lopes, secretaria de saúde.
Ela afirma que algumas imunizações, como a vacina BCG, aplicada em recém-nascidos, vêm sendo concentradas em apenas um posto de saúde, no caso o do Cidade Nobre.
“Muitas mães ficam bravas, e entendo o motivo, porque tem que levar o bebê a uma unidade de saúde distante. Fizemos uma proposta a gerência regional de saúde para que os hospitais com maternidade possam assumir essa aplicação, o que aliviaria a demanda neste posto de saúde”.
Ela ressalta, no entanto, que não são apenas as crianças que correm o risco de ficarem sem vacina. “Temos doenças que vão chegando, nos encurralando, como é o caso do sarampo, que até pouco tempo atrás estava resumido apenas a São Paulo. Houve um de caso de sarampo em João Monlevade, uma suspeita em Belo Oriente. Até o momento não estamos zerados, mas nosso estoque de vacinas está bastante reduzido”.
A secretaria levantou dúvidas se haverá vacina suficiente durante o programa nacional de multivacinação, entre os dias 7 e 25 de outubro.
A vereadora Márcia Perozini, vice-presidente da Comissão de Saúde, pediu que a secretária encaminhasse à comissão os ofícios enviados à regional de saúde. “Importante somarmos força, porque isso [falta de vacina] é grave, muito grave”.
O vereador Avelino da Cruz, relator da Comissão, sugeriu que fosse dado mais publicidade a esse problema, para que tanto a população como as autoridades tomem conhecimento. “Sugiro que, para esse percalço, seja dado uma maior publicidade, até mesmo para termos mais ciência e possamos, assim, cobrar mais”.
A vereadora Lene Teixeira, também presente à audiência, completou: “Esse dado [sobre vacinação] foi a pior notícia que tivemos. Vamos ter que brigar mais, senão corremos o risco de presenciar a volta da mortalidade, principalmente a infantil.”