Sem o 13º no bolso, Servidores do Estado tem desejo de Ano Novo frustrado
REDAÇÃO – O anúncio de que a gestão de Fernando Pimentel (PT) não vai pagar o abono natalino dos servidores foi feito ontem. Em nota, o chefe das Relações Trabalhistas do governo do Estado, Carlos Calazans, afirmou que “apesar de todos os esforços financeiros realizados”, a gestão não conseguiu viabilizar o pagamento do benefício em 2018.
Assim, os servidores públicos de Minas Gerais tiveram o desejo de Ano Novo de ter dinheiro no bolso frustrado. Sem qualquer perspectiva de receber o 13º, além do drama de ter o salário parcelado todos os meses desde 2016, os funcionários do Estado encontram dificuldades para pagar as contas neste fim de ano e muitos recorrem a empréstimos para honrar compromissos já assumidos.
Assim, a quitação do 13º foi empurrada para o governador eleito, Romeu Zema (Novo), que toma posse em 1º de janeiro já com a missão de sanar o débito com o funcionalismo estadual. A conta gira em torno de R$ 2,1 bilhões.
Em nota, a assessoria de Zema informou que “o governo eleito lamenta a falta de pagamento”, mas que só iria “se pronunciar oficialmente sobre o calote no 13º dado pela gestão petista quando tiver acesso ao fluxo de caixa e às reais condições financeiras do Estado”.
Efeito cascata
O calote no pagamento do 13º salário dos servidores do Estado pode gerar ainda um efeito cascata, afetando não apenas o orçamento dos funcionários, mas também enfraquecendo a economia de Minas e das cidades.
Conforme avaliação do coordenador do curso de Administração do Ibmec, Eduardo Coutinho, o quadro é gravíssimo. Sem a injeção dos R$ 2,1 bilhões, comércios, escolas e até mesmo municípios podem ficar no vermelho.
Ele destaca que grande parte da população utiliza a verba para comprar material escolar, pagar matrícula em escolas e quitar impostos. Além disso, muitos municípios dependem da verba para fechar o caixa. “Os pequenos serão os mais afetados. Neles, a participação da renda dos servidores é ainda mais representativa”, diz.