PMI convoca moradores não imunizados a se vacinarem contra Febre Amarela
IPATINGA – Diante da ocorrência de morte de macacos, suspeitos de infecção por Febre Amarela (epizootias) nos municípios de Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso e Braúnas, vizinhos à cidade de Ipatinga, a Secretaria de Estado da Saúde decretou situação de alerta, nesta terça-feira (23), durante reunião com representantes de 35 cidades na Superintendência Regional de Saúde (SRS).
Nesta quinta-feira (25), um novo esquema de vacinação contra a Febre Amarela terá início em Ipatinga, para atendimento à população que nunca se imunizou contra a doença. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) passarão a ofertar a vacina, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 15h30, com exceção dos postos nos bairros Vale do Sol e Vila Celeste.
O anúncio da situação de alerta tem por objetivo convocar a população para a busca da vacina nos postos de Saúde, especialmente nos municípios com coberturas abaixo de 95% dos habitantes imunizados. Estima-se que somente no estado de Minas Gerais, mais de 3,5 milhões de pessoas ainda não estejam vacinadas contra a Febre Amarela. Em Ipatinga, segundo dados da SRS, 34 mil pessoas ainda não se imunizaram, especialmente na faixa etária de 15 a 59 anos. A vacina é a única maneira de se proteger contra a doença.
Fernando Anacleto reforça a importância da vacina, especialmente, neste período de férias, em que muitas pessoas se deslocam para áreas de risco.
O gerente do Centro de Controle de Zoonoses, Fernando Anacleto, explica: “Um indicativo de que as condições para a transmissão da Febre Amarela estão favoráveis e que são necessários esforços adicionais para ações de vigilância, prevenção e controle da doença é também a ocorrência de casos de morte de primatas não humanos no período sazonal da doença, de dezembro a maio”.
“Por isso, o alerta” – reforça o gerente: “Esta é uma convocação a todos os munícipes que nunca se vacinaram contra a doença. Especialmente, neste período de férias, em que muitas pessoas se deslocam para regiões já classificadas pela Secretaria de Estado da Saúde como em situação de emergência, com óbitos confirmados pela doença. Procure a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa, com o cartão de vacinação e seja imunizado”, recomenda.
Público-alvo para vacinação
Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, a população-alvo a ser vacinada são as crianças a partir dos nove meses até as pessoas com 59 anos de idade. E apenas uma dose é suficiente para garantir a proteção ao longo de toda a vida.
Gestantes, pessoas acima de 60 anos e mulheres amamentando crianças menores de seis meses, não vacinadas, deverão se imunizar somente por recomendação médica. Após a vacina, as mulheres que amamentam deverão suspender o aleitamento materno por dez dias.
Morte de macacos
Fernando Anacleto explica ainda que no caso de constatação de macaco doente e/ou morto deve ser acionado o setor de Zoonoses (3829-8383) para que providências sejam tomadas. A partir da denúncia, os técnicos verificarão se o animal morto apresenta condições de coleta e envio para exames laboratoriais. O procedimento de coleta é específico e deve ser realizado por profissional habilitado. Os laboratórios que processam as amostras de macacos provenientes de Minas Gerais são a FUNED/IOM (referência estadual) e a Fiocruz-RJ (referência nacional).
Os primatas prestam um importante auxílio no enfrentamento, prevenção e controle à Febre Amarela. Por adoecerem primeiro, eles dão às autoridades de saúde informações valiosas sobre a circulação do vírus. O achado de macacos mortos serve de alerta para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação.
Algumas pessoas pensam que os macacos transmitem a febre amarela aos humanos, o que é completamente errado. Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, a matança indiscriminada, assim como o envenenamento intencional de macacos são extremamente prejudiciais ao próprio ser humano. “Se eles forem mortos pelas pessoas, descobriremos que a Febre Amarela chegou a determinada região apenas quando as pessoas contraírem a doença, dificultando o controle”, explica o gerente do Zoonoses de Ipatinga.