Ipatinga realiza oficina para pais e filhos. Iniciativa contempla envolvidos em processos de guarda e separação
IPATINGA – A separação dos pais, na maioria das vezes, é um momento delicado tanto na vida do casal quanto dos filhos, por envolver emoções e sentimentos diversos. Com a proposta de tornar essa fase menos traumática e dolorosa para toda a família, possibilitando uma convivência mais tranquila, a Comarca de Ipatinga realizou, na semana passada, oficina para pais e filhos envolvidos em processos de guarda e separação.
A iniciativa foi realizada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) em conjunto com a Faculdade Pitágoras de Ipatinga. Durante a oficina, realizada na Clínica Escola da instituição em três salas simultâneas, os pais assistiram ao documentário A morte inventada, que aborda a alienação parental, e debateram sobre as questões apresentadas na obra. Uma participante disse que inicialmente não havia gostado da ideia, pois o processo ainda é bastante doloroso. Ela relatou que foi muito importante e significativo para a família ter participado do encontro. “Foi uma ótima oportunidade para melhorar o convívio, várias famílias serão ajudadas”, concluiu a mãe.
Já os filhos fizeram as atividades propostas pela Oficina de Parentalidade, no modelo elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As crianças realizaram atividades lúdicas, apropriadas para sua faixa etária. A oficina foi utilizada como um espaço para que pudessem falar sobre seus sentimentos com relação à separação dos pais. “Apreciei muito a oficina” disse um dos pais presentes. Segundo outro, “é muito importante pensar nos filhos nesse momento, pois o ambiente fica muito conturbado”. Ele acrescentou estar “muito satisfeito, pois, ao fazer isso, o Judiciário está pensando em promover o bem-estar das famílias”.
A assistente social da comarca de Ipatinga, Ana Paula Pettersen Murari, comentou que a oficina incentiva a família a refletir sobre os comportamentos suscitados pelas rupturas. Dessa forma, os adultos podem realizar mudanças com o objetivo de amparar os filhos. “A possibilidade que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) abriu para que as pessoas pudessem conviver e expor seus sentimentos foi valiosa para promover a cultura da paz”, conclui a assistente social.
Outras iniciativas
A comarca não para. Com o objetivo de disseminar a paz social, vem aí, nos dias 26 e 27 de julho, a oficina sobre “Comunicação não violenta”. Ana Paula Pettersen Murari salienta que nessa atividade, também proposta pelo Cejusc, será demonstrada uma metodologia de comunicação pacífica com o outro.
Em agosto, será oferecida na comarca a palestra sobre “Constelações Familiares”, que consiste em um novo método para conciliar as partes em conflito. No mesmo mês, acontece a Oficina de Pais. O trabalho desenvolvido, foi idealizado pelo juiz coordenador do Cejusc, Otávio Pinheiro da Silva.
Origem
O projeto sobre parentalidade surgiu nos Estados Unidos e Canadá. O modelo foi trazido para o Brasil pela juíza Vanessa Aufiero da Rocha, que o colocou em prática na Comarca de São Vicente, em São Paulo. Os resultados positivos dessa prática fizeram com que o CNJ o adotasse como política institucional. A determinação é que ele seja um dos recursos utilizados pelos Cejuscs em parceria com as Varas de Família.
Cejusc BH
O Cejusc de Belo Horizonte mantém permanentemente inscrições abertas e gratuitas para oficinas de parentalidade, voltadas para casais que se separaram e têm de administrar a convivência entre eles e com os filhos. As oficinas são ministradas por instrutores capacitados pelo CNJ em mediação de conflitos.
Os juízes das varas de família recomendam a oficina aos ex-companheiros quando observam a existência de conflitos e desentendimentos durante o processo de separação. Os encontros são realizados separadamente. No primeiro dia participa um dos pais; no segundo, o outro e a criança ou adolescente. A sugestão é que no segundo dia venha quem tem a guarda da criança.
Os ex-companheiros recebem orientações sobre o divórcio e a separação, suas consequências na família e sugestões de como passar por esse momento sem prejudicar as relações e sem envolver os filhos no conflito. No módulo oferecido a crianças e adolescentes, o tema é tratado com linguagem acessível e com dinâmicas em grupo.
Os encontros acontecem na Avenida Francisco Sá, 1.409, no Bairro Gutierrez. Os interessados devem se inscrever pelo telefone (31) 3253-2164.
Fonte: TJMG
Quero muito fazer parte, adorei a matéria e a iniciativa pois estou em processo de divórcio e prezo pela felicidade dos meus filhos . Também pela felicidade do meu ex marido e da minha também.